Sábado, 18 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 28 de maio de 2015
Detido nessa quarta-feira em Zurique, na Suíça, acusado de fraude e corrupção, o ex-presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) José Maria Marin recebeu, segundo a Justiça dos Estados Unidos, 2 milhões de reais por ano da Traffic em propina. A empresa de José Hawilla – ou J. Hawilla, como é conhecido – adquiriu os direitos de transmissão da Copa do Brasil e pagava propina para o dirigente brasileiro. “Entre 1990 e 2009, a Traffic acertou uma série de contratos com a CBF, a federação brasileira de futebol, para adquirir direitos comerciais da Copa do Brasil, um torneio anual com clubes brasileiros”, diz o documento da investigação da Justiça dos Estados Unidos.
“Durante este período, Marin recebeu propina na negociação da venda de direitos econômicos da Copa do Brasil. Como resultado de um acordo alcançado entre CBF e Traffic em 22 janeiro de 2009, a Traffic detinha os direitos de cada edição da Copa do Brasil para ser jogada a partir de 2009 até 2014.”
Houve ordem de prisão contra sete dirigentes da Fifa e dois ex-executivos – Jack Wagner e Nicolás Leoz. Este último está hospitalizado. Além de Marin, que é integrante do comitê de organização da Fifa para os Jogos Olímpicos, os demais detidos são: Jeffrey Webb (Grã-Bretanha), vice-presidente da Fifa e presidente da Concacaf (Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caribe); Eduardo Li (Costa Rica), membro dos comitês executivos da Fifa e da Concacaf; Julio Rocha (Nicarágua), diretor de desenvolvimento na Fifa; Costas Takkas (Grã-Bretanha), adjunto do gabinete do presidente da Concacaf; Eugenio Figueredo (Uruguai), atual vice-presidente da Fifa; e Rafael Esquivel (Venezuela), que é membro executivo da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol).
Os cartolas são investigados pela Justiça em um suposto esquema de corrupção. Eles participariam do congresso da Fifa e da eleição da entidade, que ocorre nesta sexta-feira. Agora, deverão ser extraditados para os Estados Unidos, onde a Procuradoria de Nova York faz a investigação. As autoridades também apuram a escolha da África do Sul para a Copa de 2010 e as eleições da Fifa em 2011.
Esquema
As acusações, segundo a polícia suíça, estão relacionadas a um vasto esquema de corrupção de mais de 150 milhões de dólares dentro da Fifa nos últimos 20 anos. Além dos detidos nessa quarta-feira, outros sete dirigentes e empresários foram imputados de corrupção no caso por lavagem de dinheiro e fraude. Quatro dos acusados que foram detidos confessaram culpa no crime.
A Fifa declarou que colaborará com as investigações. O comitê de ética na entidade proibiu provisoriamente Marin e outros dez envolvidos no escândalo de exercerem qualquer atividade ligada ao futebol.