Segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 9 de fevereiro de 2025
Uma tornozeleira eletrônica foi instalada no início da tarde de sexta-feira (7) no ex-presidente francês Nicolas Sarkozy. Ele foi condenado por corrupção e tráfico de influência pela Justiça do país. Na semana passada, Sarkozy havia sido intimado a comparecer ao tribunal de Paris para ser notificado dos termos da execução de sua sentença.
“Não tenho nenhum comentário a fazer”, disse Jacqueline Laffont, advogada de Sarkozy. Um agente de vigilância eletrônica da administração penitenciária instalou a tornozeleira no ex-presidente e configurou o dispositivo. A equipe do ex-presidente francês não quis comentar o assunto.
Nicolas Sarkozy agora só poderá sair de casa em certas horas, definidas durante sua reunião com o juiz no dia 28 de janeiro, quando foi oficialmente notificado de sua pena de um ano de prisão, com monitoramento eletrônico.
Segundo o tribunal, o ex-presidente e seu advogado Thierry Herzog selaram um “pacto de corrupção” em 2014 com Gilbert Azibert, juiz do Tribunal de Cassação. O objetivo era que Azibert tentasse influenciar um recurso que Sarkozy havia apresentado em outro caso de supostas doações ilegais ao seu partido pela milionária Liliane Bettencourt, dona da L’Oréal, que morreu em 2017. O caso foi arquivado.
Sarkozy foi definitivamente condenado após o Tribunal de Cassação francês ter rejeitado, no dia 18 de dezembro, o recurso apresentado contra a sentença do Tribunal de Apelação de Paris, em 2023. O ex-presidente poderá solicitar imediatamente a liberdade condicional, como prevê a lei para pessoas com mais de 70 anos, que ele completou, por coincidência, no dia 28 de janeiro, quando foi convocado pelo juiz.
Financiamento líbio
O ex-presidente está sendo julgado no mesmo tribunal desde o dia 6 de janeiro por ter financiado sua campanha presidencial de 2007 com recursos da Líbia, então governada pelo ex-ditador Muammar Khadafi.
O líder líbio chegou a instalar tendas nos jardins do palácio do Eliseu e seu “harém”, com mulheres soldados que, em alguns casos, seriam apenas escravas sexuais do ditador.
“Estou acostumado com esse assédio há dez anos”, diz o ex-presidente francês. Após sua derrota nas eleições presidenciais em 2012, “Sarko”, como é chamado pelos franceses, jurou que sairia das capas dos jornais. Mas seus problemas com a Justiça, e sua vida pessoal ao lado de sua esposa, a ex-modelo e cantora franco-italiana Carla Bruni, nunca permitiram que ele saísse dos holofotes.