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Economia Ex-presidente da Nissan, o brasileiro Carlos Ghosn admitiu a existência de um plano para receber pagamentos milionários após a sua aposentadoria

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O executivo brasileiro está preso desde o dia 19 de novembro, acusado de sonegação e fraude. (Foto: Reprodução)

O ex-presidente da Nissan Motor, o franco-brasileiro Carlos Ghosn, admitiu a existência de um plano para receber pagamentos milionários depois que encerrasse as suas funções como executivo da empresa, mas negou que tenha assinado o mesmo, informou a emissora de televisão japonesa NHK.

Ghosn foi preso em Tóquio, no dia 19 de novembro, acusado de ter ocultado das autoridades parte da renda que ele tinha recebido ou acordado com a Nissan em razão de suas funções como presidente da empresa japonesa.

Segundo informações que vazaram à imprensa nos últimos dias, fazem parte somas de dinheiro que Ghosn receberia quando deixasse de ser presidente da Nissan, uma renda que, segundo alguns especialistas, ele teria que ter declarado ao fisco japonês.

De acordo com a NHK, que citou fontes ligadas ao caso, Ghosn admitiu em seus depoimentos diante dos responsáveis das investigações que existe um documento que revela a “enorme remuneração” que ele receberia da Nissan quando se aposentasse.

Segundo a mesma fonte, Ghosn alega que não assinou tal documento. Segundo notícias sobre o caso que circularam anteriormente, outro diretor da Nissan, Greg Kelly, que também foi detido, é a pessoa que provavelmente desempenhou um papel-chave na definição dos critérios para o pagamento dos valores que Ghosn receberia quando deixasse suas funções.

As autoridades fiscais do Japão acusaram Ghosn de não declarar uma renda avaliada em 5 bilhões de ienes (US$ 44 milhões) que ele supostamente teria recebido entre 2011 e 2014. Algumas versões veiculadas na imprensa, no entanto, indicam que essa soma de dinheiro pode fazer parte dos valores atribuídos para depois de sua aposentadoria, e que não foram pagos durante os anos mencionados.

Segundo a NHK, Ghosn alega que pediu a Kelly que determinasse a legalidade desses pagamentos diferidos, e este lhe confirmou que o esquema para não declarar socialmente as somas que receberia estava de acordo com as leis japonesas.

A NHK afirma que o Ministério Público japonês decidiu que as regras atuais obrigavam Ghosn a declarar esses valores às autoridades uma vez que as quantias estivessem estabelecidas, mesmo que ainda não tivesse recebido os pagamentos.

Ghosn está detido em uma prisão de Tóquio à espera de conhecer a acusação formal contra ele. Na semana passada, o executivo franco-brasileiro foi destituído de suas funções da Nissan e no último dia 26 substituído na presidência da Mitsubishi, outra montadora controlada pela Nissan e que também era dirigida por Ghosn.

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