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Ex-presidente da Nissan, o brasileiro Carlos Ghosn diz ter escapado de perseguição política no Japão

Ninguém suspeito aparece ao lado de Ghosn nas imagens (Foto: Reprodução)

O brasileiro Carlos Ghosn, ex-presidente da Nissan, disse que “não será refém do parcial sistema de justiça japonês”, ao se pronunciar sobre sua ida para o Líbano, país no qual o ex-executivo também tem nacionalidade.

Ele foi preso em 19 de novembro de 2018, em Tóquio, no Japão. Ghosn deixou a cadeia em março deste ano após pagar fiança, sob condições que incluíam entregar seu passaporte às autoridades. Apenas um mês depois de sair da cadeia, ele foi preso novamente e teve que pagar outra fiança.

No Líbano, o ex-executivo tem proteções legais contra a possibilidade de extradição. Ele não explicou como conseguiu viajar para o país.

O ex-presidente da Nissan alegou não ter fugido da Justiça, mas sim escapado da perseguição política de um sistema que negaria direitos humanos básicos ao acusado, em flagrante desrespeito às obrigações legais do país.

Ghosn disse também que agora terá liberdade para se comunicar com a mídia, algo que pretende fazer a partir da próxima semana. ​Os três passaportes do brasileiro estão em posse de seus advogados e ele não poderia ter usado nenhum deles para sair do Japão, disse um dos defensores, Junichiro Hironaka, a jornalistas nesta terça-feira (31), acrescentando que as ações de seu cliente são “indesculpáveis”.

O ex-executivo é acusado de não declarar mais de 160 milhões de reais que ganhou entre 2010 e 2015, de usar indevidamente bens da Nissan em benefício próprio, de ter dado prejuízo à montadora de automóveis em uma transferência de fundos e de repassar à empresa uma dívida particular. Ele nega as acusações.

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