Segunda-feira, 21 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 20 de abril de 2017
Em depoimento ao juiz Sérgio Moro, o ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, confirmou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva era o dono do apartamento triplex no Edifício Solaris, no Guarujá, no litoral paulista. Segundo ele, o imóvel já estava reservado para o líder petista antes mesmo da negociação com a Bancoop, cooperativa que repassou o prédio para a empreiteira após problemas financeiros.
“O apartamento era do presidente Lula desde o dia que me passaram para estudar o empreendimento da Bancoop. Já foi me dito que era para o presidente Lula e sua família. Que eu não comercializasse, e tratasse aquilo como coisa do presidente Lula”, disse Pinheiro.
Ele ainda informou que a empresa só não teve prejuízos na reforma do apartamento porque as despesas foram pagas com a negociação de vantagens indevidas num contrato com a refinaria Abreu e Lima.
O juiz Moro quis saber: “O imóvel dele (Lula) no contrato era (o apartamento) 141, mas foi-lhe dito que era o triplex?”
Pinheiro respondeu: “Exatamente, e que eu poderia dispor do 141 para comercializar”.
Moro retrucou: “Mas qual explicação?”.
Pinheiro respondeu: “Na época falaram que já estava acordado entre (O ex-tesoureiro João) Vaccari e o presidente que ele ficaria com o triplex, e não no 141”.
O magistrado quis saber porque foi feito um contrato com Lula que não era do triplex. “Não sei”, disse o empreiteiro.
Ao longo do depoimento, Pinheiro deu detalhes do processo de compra e venda do apartamento. Segundo ele, inicialmente tratava-se de um apartamento de 80 metros quadrados, mas logo depois a família do ex-presidente decidiu por um de 240 metros. O empresário disse que, nesse caso, haveria uma diferença de preço, e passou a cobrar Vaccari e também Paulo Okamoto, presidente do Instituto Lula. (AG)