Domingo, 20 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 20 de abril de 2017
Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, disse em depoimento ao juiz Sérgio Moro, nessa quinta-feira (20), que foi orientado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a destruir provas que pudessem incriminá-lo na Operação Lava-Jato.
Pinheiro e Lula são réus na ação penal que envolve um triplex em Guarujá, no litoral de São Paulo. De acordo com a força-tarefa da Lava-Jato, três contratos da OAS com a Petrobras originaram propina ao ex-presidente. Essa vantagem indevida teria ocorrido por meio da reserva e reforma do triplex e do custeio do armazenamento dos bens do ex-presidente.
“Eu tive um encontro com o ex-presidente, em junho, tenho isso anotado na minha agenda, são vários encontros, onde o presidente textualmente me fez a seguinte pergunta: “Léo, o senhor fez algum pagamento a João Vaccari no exterior?”. Eu disse: “Não, presidente, nunca fiz pagamento a essas contas que nós temos com Vaccari no exterior”.
Triplex
Léo Pinheiro afirmou que, quando houve a divulgação de que o triplex pertenceria a Lula, ele procurou João Vaccari Neto e, depois, Paulo Okamoto, presidente do Instituto Lula, para saber como proceder, uma vez que o triplex estava em nome da OAS.
“A orientação que foi me passada naquela época foi ‘toque o assunto do mesmo jeito que você vinha conduzindo. O apartamento não pode ser comercializado, o apartamento continua em nome da OAS, e, depois, a gente vai ver como fazer a transferência ou o que for’”. De acordo com Pinheiro, assim foi feito.
Segundo o empresário, a cota pertencente a Lula e a Dona Marisa era de um apartamento típico do edifício Solaris, e não de um triplex. A diferença de preço entre o imóvel adquirido pela família do ex-presidente e o triplex ficava em torno de R$ 750 mil e R$ 800 mil.