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Política Ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga pede que o atual detentor do cargo convença o governo a cortar gastos

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Fraga presidiu o Banco Central entre 1999 e 2003.

Foto: Reprodução
A declaração foi dirigida ao atual comandante do BC, Gabriel Galípolo, personagem principal de seminário no instituto. (Foto: Reprodução)

Com a curva de juros em patamar elevado e a relação dívida/Produto Interno Bruto (PIB) subindo rapidamente, o Brasil apresenta “sintomas graves” e só quem pode ajudar o trabalho do Banco Central (BC) neste cenário é a política fiscal.

Esta foi a avaliação de Arminio Fraga, ex-presidente do BC, em conversa com Gabriel Galípolo, indicado de Lula para o cargo e que realizou nesta quarta-feira sua primeira palestra desde que desde que assumiu a presidência da autarquia.

“A curva de juros está lá na Lua, a perder de vista. As expectativas de inflação – não as de curto prazo, mas as taxas implícitas, em 6%, – estão a perder de vista, sugerem um problema. E o problema em última instância é que o BC precisa de ajuda. E só tem um lugar que pode ajudar: é o fiscal”, afirmou Fraga.

O sócio-fundador da Gávea Investimentos, que acompanhava na plateia o seminário do novo presidente do BC, disse que Galípolo terá que tomar um “suco amargo”, em referência à subida da taxa de juros básica, a Selic, para frear os preços e desaquecer a economia. Por outro lado, afirmou que Galípolo pode trazer o debate sobre controle das contas públicas para facilitar o trabalho da política monetária:

“Você, como uma pessoa de confiança das altas autoridades, talvez possa convencê-lo (em alusão ao presidente Lula e ao governo) de que não tem mágica. Isso que aconteceu até agora foi muito bom, o desemprego está baixo. É um sonho. Mas a festa agora meio que acabou. E não é um problema de comunicação (do governo)”, disse ele.

Fraga, que presidiu o Banco Central entre 1999 e 2003, disse que o remédio (juros mais altos) irá funcionar para desaquecer a atividade, mas que a autarquia “não faz milagre”. O economista afirmou que pode ser difícil para Galípolo dar declarações sobre a temática os gastos públicos, mas reforçou que o debate precisa ocorrer e o assunto parece não estar na agenda do governo.

“O paciente (em referência à economia brasileira) está na UTI. Não precisa nem entrar na discussão se é trágico, se é dominância fiscal. Isso é muito acadêmico. Mas o “mix macro” precisa mudar e acho que isso não parece estar na agenda.

Em resposta, o atual presidente do BC disse reconhecer que há um desafio enquanto porta-voz do Banco Central em dois aspectos: primeiro, de encontrar o limite do que cabe a autoridade monetária comunicar e como informar suas decisões da forma correta.

Este impasse, segundo Galípolo, parece superado já que ele tem tido “espaço e voz” para isso, tentando traduzir ao mercado o que está acontecendo. Já o segundo é identificar até onde deve ir a função institucional da autoridade monetária:

“Isso faz parte de um desafio que é não cruzar uma linha e não transcender o quadrado da política monetária. Mas você colocou um tema (política fiscal) de uma maneira que é um do temas que temos que “esgrimar” agora”, pontuou Galípolo, em resposta a Arminio.

Após o seminário, Galípolo e Arminio realizaram uma reunião fechada no Banco Central na sede do Rio de Janeiro, para tratar de assuntos institucionais. As informações são do portal de notícias O Globo.

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