Sábado, 28 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 14 de fevereiro de 2024
Sarkozy tinha sido condenado a um ano de prisão em 2021, quando foi considerado culpado pela primeira vez.
Foto: ReproduçãoO ex-presidente francês Nicolas Sarkozy foi considerado culpado, nesta quarta-feira (14), por um tribunal de apelações de Paris, capital do país, por financiamento ilegal de campanha devido à sua tentativa fracassada de reeleição em 2012.
A decisão sobre o recurso dos advogados do ex-presidente confirmou uma decisão anterior de um tribunal inferior.
Sarkozy foi condenado a um ano de prisão, metade da qual suspensa, que pode ser cumprida por meios alternativos, como o uso de tornozeleira eletrônica, sem ter que ir para a cadeia.
O ex-presidente francês, de 69 anos, e que sempre alegou inocência, anunciou por meio de seus advogados que recorrerá da sentença no Supremo Tribunal, o que o poupará de ficar preso pelo menos por enquanto.
O ex-chefe do Executivo francês tinha sido condenado a um ano de prisão em 2021, quando foi considerado culpado pela primeira vez, embora tenha sido suspenso enquanto ele lançava o seu recurso. Sarkozy, que foi presidente de 2007 a 2012, continuou a ser uma figura influente entre os conservadores e mantém relações amigáveis com o presidente Emmanuel Macron, apesar de uma série de julgamentos e investigações ligadas a várias questões jurídicas relacionadas com as finanças da sua campanha.
Ele sempre negou as acusações de que o seu partido Les Republicains, então conhecido como UMP, trabalhou com uma empresa de relações públicas chamada Bygmalion para esconder o verdadeiro custo da sua campanha, marcada à época por eventos luxuosos nunca antes vistos na política francesa.
Durante uma audiência, Sarkozy culpou alguns membros da sua equipa de campanha: “Não escolhi nenhum fornecedor, não assinei nenhum orçamento, nenhuma fatura”, disse ele ao tribunal.
A França estabelece limites estritos aos gastos de campanha. Em 2012, esse limite era de 22,5 milhões de euros. Os promotores alegam que a empresa faturou a UMP em vez da campanha. Dizem que Sarkozy gastou 42,8 milhões de euros na campanha de 2012, quase o dobro do valor permitido.
Outras 13 pessoas foram condenadas em primeira instância a penas de até três anos e meio de prisão, das quais outras oito recorreram e foram julgadas novamente entre 8 de novembro e 7 de dezembro.
Os juízes consideraram que foi criado um sistema de faturas falsas através de uma empresa para esconder despesas reais e, assim, poder ultrapassar os limites impostos por lei.
Nicolas Sarkozy, tal como no primeiro julgamento, “contestou vigorosamente qualquer responsabilidade criminal”, denunciando a existência de “fábulas” e “mentiras”.
Vincent Desry, defensor do ex-presidente francês, apelou à libertação do cliente, alegando que o antigo chefe de Estado “nunca teve conhecimento de excesso” do limite máximo legal das despesas eleitorais e “nunca incorreu em quaisquer despesas”.
Desry considerou que foi “impossível” ao Ministério Público francês “demonstrar o elemento intencional” nem o “elemento material” do alegado delito.