O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy foi condenado, nesta segunda-feira (1º), a três anos de prisão por corrupção e tráfico de influência. A sentença foi dada em um caso de suborno a um juiz em troca de informação privilegiada sobre uma investigação da campanha presidencial de Sarkozy.
O ex-presidente pode recorrer da sentença. Apesar da condenação, o Tribunal Correcional de Paris decidiu que dois dos três anos da pena estão isentos de cumprimento, e o terceiro pode ser convertido em prisão domiciliar ou vigilância com o uso de tornozeleira eletrônica.
O tribunal condenou o advogado do ex-presidente, Thierry Herzog, a uma sentença semelhante e o impediu de exercer a advocacia por cinco anos. O magistrado Gilbert Azibert, então membro do Supremo Tribunal com quem Sarkozy teria feito contato em busca de informação privilegiada, também foi condenado.
A investigação começou após conversas telefônicas entre Sarkozy e o advogado dele, obtidas pela polícia em 2014, revelarem o contato com Azibert para obter informações em um processo contra o ex-presidente.
A sentença aponta que o caso tem “gravidade particular” em razão de ter sido cometido por um ex-presidente, que “usou seu cargo e seus relacionamentos” para “seu interesse pessoal”.
A condenação de Sarkozy ocorre duas semanas antes da abertura de um outro processo contra o ex-presidente francês sobre supostas irregularidades no financiamento da sua campanha para a eleição presidencial de 2012.
Em fevereiro, Sarkozy, que tem 66 anos, ganhou destaque na imprensa francesa após furar a fila da vacinação contra a Covid-19. Até então, apenas os franceses com mais de 75 anos, profissionais da saúde e pessoas com comorbidades podiam ser vacinados na França.