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Política Ex-presidente Lula diz que Dilma não tem “a paciência que a política exige”

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O ex-presidente fez o comentário ao analisar o papel da petista nas eleições de 2022

Foto: Lula Marques/PT
No partido, apesar de algumas lideranças estaduais defenderem em caráter reservado a ausência da petista na linha de frente da campanha eleitoral. (Foto: Lula Marques/PT)

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) peca ao não ter o “jogo de cintura” necessário para lidar com a política. Para Lula, falta a ela, que foi escolhida pessoalmente pelo petista para disputar sua sucessão em 2010, “paciência que a política exige”. A declaração foi dada durante entrevista à Rádio CBN Vale, de São José dos Campos, interior de São Paulo, após questionamento sobre o papel da petista em sua campanha.

“O tempo passou. Tem muita gente nova no pedaço. Eu pretendo montar um governo com muita gente nova, importante e com muita experiência. A Dilma, tecnicamente, é uma pessoa inatacável, que tem uma competência extraordinária. Na minha opinião, a companheira Dilma erra na política. Ela não tem a paciência que a política exige que a gente tenha para conversar e atender as pessoas mesmo quando você não gosta que a pessoa está falando. Nisso, cometemos um equívoco pela pressão em cima dela”, disse sinalizando que não deve trazê-la para algum cargo no governo caso seja eleito em outubro.

Antes de qualquer discussão sobre participar ou não de um eventual novo governo petista, o papel de Dilma na campanha do Lula tem sido questionado sobretudo depois da ausência da ex-presidente no jantar promovido pelo Prerrogativas, coletivo de advogados autodenominados “progressistas” e “antilavajatistas”, em dezembro de 2021. Foi o primeiro encontro público entre Lula e o ex-governador Geraldo Alckmin, que deixou o PSDB e cogita filiar-se ao PSB, entre outros partidos, para disputar a vice-presidência na chapa com o petista.

Na época, o ocorrido gerou especulações de que o PT estaria tentando “esconder” a ex-presidente para evitar desgastes à campanha presidencial este ano. Ela foi alvo de impeachment em 2016 e a condução da política econômica em seu governo também é contestada.

Para minimizar os burburinhos, em entrevista ao jornal O Globo, o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo afirmou publicamente que houve um “ruído de comunicação” que fez com que o convite não chegasse a Dilma e assumiu a responsabilidade pelo equívoco. Já o ex-presidente fez questão de publicar uma foto de seu primeiro encontro com Dilma este ano.

Em dezembro, a ex-presidente se tornou o centro de uma divergência de opiniões entre a liderança de seu partido. De um lado, o vice-presidente nacional da sigla, Washington Quaquá, disse que a sucessora de Lula no Planalto não tem mais relevância eleitoral, enquanto a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, rebateu a declaração do colega e elogiou a trajetória da ex-ministra de Minas e Energia, classificando a fala de Quaquá como uma “opinião pessoal”.

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