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Política Ex-procurador da República Deltan Dallagnol diz ter arrecadado meio milhão de reais em Pix e pede fim das doações: “Não há necessidade”

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Defesa de Dallagnol argumentou que não tinha conhecimento da investigação. (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)

O ex-procurador da República Deltan Dallagnol pediu em nova publicação no Twitter que seus seguidores parem de fazer doações via Pix. Dallagnol, que após determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ) deve indenizar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em R$ 75 mil, agradeceu a arrecadação, e vê a mobilização como um ato de “solidariedade e protesto”.

A decisão do STJ se refere à apresentação em PowerPoint na qual o ex-integrante da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba apontou o petista como comandante do esquema criminoso de desvio de dinheiro na Petrobras, no caso do triplex no Guarujá.

Em publicações anteriores, o ex-procurador exibiu em vídeos uma grande lista de valores recebidos. “O que vocês alcançaram em 36 horas, depositando R$ 500 mil, foi um fato inédito e histórico para o nosso país”, disse o ex-coordenador geral da Operação Lava-Jato. Dallagnol diz que o valor é “mais do que suficiente” para cobrir as despesas, caso a decisão não seja derrubada, e afirmou que o excedente seria doado para crianças com câncer e autismo, sem determinar exatamente qual instituição.

Dallagnol pediu demissão do Ministério Público Federal (MPF) em novembro de 2021 e mira uma vaga no Congresso nas próximas eleições. Em dezembro, ele se filiou ao Podemos, em um evento com a presença do ex-juiz e ministro Sergio Moro, pré-candidato à Presidência.

Essa não é a primeira indenização que Dallagnol deve pagar após decisão judicial. No ano passado, em outubro, ele foi condenado a pagar indenização de R$ 40 mil ao senador Renan Calheiros (MDB-AL), em razão de publicações feitas no Twitter durante a eleição para presidência do Senado.

Dallagnol também foi alvo de processos no Conselho Nacional do Ministério Público por sua atuação durante a Lava-Jato. Em 2019, o então procurador da Lava-Jato foi punido com uma advertência pelo CNMP, num processo disciplinar aberto a pedido do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) da época, Dias Toffoli. O motivo foi uma manifestação em entrevista à rádio CBN no dia 15 de agosto de 2018, em que criticou ministros da Corte.

Ainda no ano passado, o ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União (TCU), determinou que procuradores da Lava-Jato devolvessem gastos considerados irregulares com diárias e passagens. A Corte considerou que o modelo de força tarefa, em que havia o pagamento de diárias pela permanência dos profissionais em Curitiba, gerou dano aos cofres públicos. Dallagnol pode ser condenado a reembolsar os gastos solidariamente, já que foi responsável pelo modelo da operação.

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