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Por Redação O Sul | 28 de novembro de 2017
O ex-procurador Marcelo Miller recebeu aproximadamente R$ 449 mil do escritório de advocacia Trench, Rossi e Watanabe Advogados, responsável pelo acordo de leniência da J&F, apenas três meses depois de deixar cargo no Ministério Público Federal. As informações constam de relatório elaborado pela assessoria técnica da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) da JBS e foram divulgadas nesta terça-feira, pelo presidente da comissão, senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO).
Segundo o relatório, Miller recebeu pouco mais de R$ 277 mil no dia 30 de maio deste ano, a primeira transferência feita pelo escritório Trench, Rossi e Watanabe Advogados. Nessa época, o ex-procurador havia deixado o cargo que ocupava no MPF há quase dois meses. No dia 30 de julho, foi a vez de Miller receber mais R$ 171 mil do mesmo escritório, a segunda transferência registrada.
Marcelo Miller é suspeito de ter feito “jogo duplo” ao supostamente beneficiar os colaboradores da JBS na Procuradoria-Geral da República (PGR), à época sob o comando de Rodrigo Janot. Ele deixou o cargo de procurador no dia de 5 de abril e foi trabalhar justamente na empresa Trench, Rossi e Watanabe Advogados, que tinha a J&F como cliente. No total, foram 449 mil recebidos pelo procurador no período.
Documentos entregues à PGR (Procuradoria-Geral da República) também mostram que Marcelo Miller teria atuado para o grupo J&F antes mesmo de se desligar do cargo de procurador da República. Em resposta, a assessoria de imprensa de Marcelo Miller informou que “os valores recebidos correspondem a parcelas contratuais ajustadas por escrito entre as partes”. “A CPI terá tido meios de obter os instrumentos contratuais correlatos”, afirmou por meio de nota.
Em nota, a Trench Rossi Watanabe informa que todos pagamentos feitos ao ex-procurador Marcello Miller se referem a parcelas estabelecidas em contrato e seguem os padrões do mercado.
Lula
Lula deve estar de alma lavada desde que começou o inferno astral de Marcelo Miller. Numa audiência de um processo do ex-presidente, Miller atuou como representante do Ministério Público. E pegou pesado nas perguntas, foi extremamente duro com o petista e seus advogados. Na ocasião, Miller sequer atendeu ao apelo do ex-presidente para chamá-lo pelo famoso apelido e dirigia-se ele apenas por “senhor Luiz Inácio”.