Domingo, 29 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 5 de março de 2020
Astério Pereira dos Santos (foto), procurador aposentado do Ministério Público do Rio, integrou o governo Temer em 2017
Foto: ReproduçãoAstério Pereira dos Santos, ex-secretário nacional de Justiça, foi preso nesta quinta-feira (05), em casa, no Leblon, em uma etapa da Operação Lava-Jato no Rio de Janeiro.
Até o momento, sete pessoas haviam sido presas. Além de Astério, foi apurado que estão presos o filho dele, o advogado Danilo Botelho; o também advogado Pedro Navarro, sócio de Danilo; e a advogada Viviane Ferreira Coutinho Alves. A força-tarefa tentava cumprir nove mandados de prisão.
Contra Astério há suspeitas de pagamento de propina, de lavagem de dinheiro e de ter ajudado na fuga do empresário Arthur Cesar de Menezes Soares Filho, o Rei Arthur. A PF (Polícia Federal) afirma ainda que o esquema beneficiaria integrantes do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro.
Outros alvos são o empresário Carlson Ruy Ferreira, pai de Viviane, e um delegado da Polícia Civil do RJ. O juiz Marcelo Bretas expediu ainda 32 mandados de busca e apreensão.
Da Seap ao Planalto
Astério, procurador aposentado do MPRJ (Ministério Público do Rio de Janeiro), integrou o governo Temer em 2017. Assumiu em março e pediu demissão em novembro daquele ano.
Para ocupar o cargo federal, Astério se aposentou do MPRJ – condição em que perdeu o foro privilegiado. Com isso, o inquérito foi enviado para a primeira instância, onde Bretas atua.
Antes, esteve à frente da Seap (Secretaria Estadual de Administração Penitenciária) no governo Rosinha Garotinho, entre 2003 e 2006. É sobre a gestão das cadeias do RJ que versam as suspeitas de lavagem de dinheiro
MP na mira
Astério é o terceiro integrante do MPRJ alvo de mandado na Lava-Jato fluminense. A força-tarefa já investigou e prendeu Cláudio Lopes e Flávio Bonazza. Lopes, ex-procurador geral de Justiça do Estado, é suspeito de receber mesada da organização criminosa chefiada por Sérgio Cabral.
Já Bonazza, segundo a denúncia, recebia R$ 60 mil de mesada de empresários de ônibus para agir, dentro do MP, em benefício do setor – como arquivar processos.