Sexta-feira, 29 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 29 de novembro de 2024
No Instagram desde 2013, o padre reuniu 427 mil seguidores, onde atua como um típico criador de conteúdo – alguns deles, polêmicos.
Foto: Reprodução/InstagramAlém de militares de alta patente, de aliados de Jair Bolsonaro (PL) e do próprio ex-presidente, a Polícia Federal (PF) indiciou um padre, um argentino, ex-seguranças do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da ex-presidente Dilma Rousseff, além de um general tríplice coroado do Exército, um dos postos mais altos alcançados na carreira militar.
A PF indiciou Bolsonaro e 36 aliados pelos crimes de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa, o que significa que eles deixam a condição de investigados e passam a ser apontados como autores dos crimes com base nas provas colhidas no inquérito policial.
General tríplice coroado
General da reserva e ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no governo Bolsonaro, Augusto Heleno teria participado de reuniões e elaborado estratégias para desestabilizar o Estado Democrático de Direito.
“Documentos encontrados pela investigação na residência do general, identificaram que o mesmo integrou reuniões de ‘diretrizes estratégicas’ que visavam ‘estabelecer um discurso sobre urnas eletrônicas e votações’”, diz o relatório final da PF.
Capitão expulso
Ailton Gonçalves Moraes Barros, capitão expulso do Exército, foi preso na investigação sobre fraudes no cartão de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro. A investigação apontou que ele trocou mensagens sobre o plano de golpe.
Em fevereiro deste ano, quando intimado para prestar depoimento, decidiu ficar em silêncio. A defesa dele não foi encontrada para comentar o caso e o espaço segue aberto.
Nascido em Alegrete, Ailton foi para o Rio de Janeiro ainda na infância. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), é militar reformado e detém de um patrimônio declarado de R$ 388 mil. Nas redes sociais, ele se intitula como Oficial da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) e paraquedista militar e civil.
Ex-segurança de Dilma
O tenente-coronel Hélio Ferreira Lima foi segurança pessoal da ex-presidente Dilma Rousseff durante o mandato da petista na Presidência da República. Ele era ligado ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
Ferreira Lima tem formação em Forças Especiais, os chamados “kids pretos”. Segundo a PF, o militar é integrante de dois núcleos da organização criminosa: desinformação e ataques ao sistema eleitoral e núcleo operacional de apoio às ações golpistas.
Empresário argentino
Dos indiciados pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado e de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, um é estrangeiro. O argentino Fernando Cerimedo protagonizou transmissões ao vivo, em 2022, com informações falsas sobre o sistema eletrônico de votação do Brasil. As “lives” serviram, segundo a investigação, para criar um ambiente propício para o golpe que impediria a ascensão do presidente Lula.
O argentino é um amigo de longa data do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que foi recebido por ele em Buenos Aires poucas semanas antes da votação em segundo turno e da principal “live” que rendeu a Cerimedo o indiciamento por integrar o “Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral” do esquema golpista.
Padre de Osasco
Além de militares de alta patente, de aliados de Jair Bolsonaro (PL) e do próprio ex-presidente, o padre José Eduardo de Oliveira e Silva também foi um dos 37 indiciados pela Polícia Federal no dia 21. Todos são suspeitos de tramar um golpe de Estado para manter o ex-chefe do Executivo federal no poder após perder as eleições de 2022.
Silva possui perfis nas redes sociais que acumulam milhares de seguidores. Em seu canal no YouTube, ele já publicou mais de 2,7 mil vídeos e possui 137 mil seguidores. No Instagram desde 2013, o padre reuniu 427 mil seguidores, onde atua como um típico criador de conteúdo – alguns deles, polêmicos.