Levantamento exclusivo encomendado pelo site Diário do Poder à Orbis Pesquisa sobre as consequências da pandemia do coronavírus, mostra que 81,1% dos entrevistados dizem ser favoráveis ao “isolamento social para cortar a circulação do vírus”, medida preconizada pela maioria dos países e criticada pelo presidente Jair Bolsonaro. Entre jovens de 16 a 19 anos, o apoio ao isolamento impressiona: 96,4%. Também é maciço na faixa etária de mais de 65 anos o engajamento à medida: 88,8%. A Orbis entrevistou 2.163 pessoas em todo o País, na segunda-feira (30).
Em família
O apoio ao “isolamento social” para combater o vírus tem apoio maior entre mulheres (86,9%) do que entre homens (74%).
Contra o isolamento
A maior rejeição ao “isolamento social” está na faixa etária de 20 a 35 anos: mesmo assim, somente 26,9% são contra a estratégia.
Diferentes etapas
Apesar de 81% apoiarem o isolamento, são 60% aqueles que acham que a estratégia deve ser manter todo mundo isolado, evitando o convívio.
Pesos das medidas
A pesquisa Diário do Poder/Orbis mostra que são 28,4% aqueles que apoiam isolamento de grupos de riscos e 5,1%, o de casos suspeitos.
Mais testes farão ‘explodir’ casos de coronavírus
Os milhões de testes rápidos para identificar se a pessoa foi infectada pelo coronavírus devem provocar uma “explosão” de casos no Brasil, mas não significa que a pandemia saiu do controle. O alerta é do ministro Luiz Henrique Mandetta (Saúde) usando o exemplo dos EUA, que assumiu a liderança mundial de casos dias depois de dar início a testes em massa na população e incluiu a grande maioria dos infectados, que contraem o vírus e se curam sem apresentar sintomas.
Ninguém acredita
Mandetta duvida do caso da China, que tem 81 mil casos oficiais em 1,5 bilhão de habitantes. “Vocês acham mesmo?”, disse.
O que importa
Apesar do salto expressivo, problema real é a taxa de letalidade, que está abaixo de 2% e continua caindo com o aumento dos testes.
Quatro vezes mais
Se seguir o padrão observado nos EUA, é de se esperar que o total de casos no Brasil, com testes em massa, quadruplique em uma semana.
Que vexame
O falante presidente da Câmara, Rodrigo Maia, coloca no colo do governo até decisões de sua alçada, como ao menos votar qualquer dos projetos de colegas propondo a redução dos próprios salários.
Piada no lixo
A pelegada não se emenda nem mesmo na tragédia: foi à Justiça do DF tentar colocar delegados e policiais civis no “trabalho remoto”, em casa. A piada foi jogada no lixo pelo juiz da 3ª Vara da Fazenda Pública.
Exemplo do general
O ministro Augusto Heleno preferiu o trabalho ao “isolamento vertical”. Ele lembrou dos 15 meses sob tironeio quase diário no Haiti, chefiando as tropas da ONU, quando recusou “isolamento individual, debaixo da cama”, porque afinal tinha o dever de dar exemplo aos comandados.
Ativismo descontrolado
É risível a atitude dos que se calaram durante uma semana, sem críticas ao Congresso pela demora na votação do coronavoucher, e classificarem de “absurdo” o presidente levar 24h para sancioná-lo.
Hora da verdade
Os ministros da Saúde e da Justiça têm 30 dias, segundo a Constituição, para dizerem por escrito ao líder do Podemos na Câmara, deputado Léo Moraes (RO) como veem o adiamento das eleições. Ele acha que só deve haver eleição com garantia de que não há riscos de contaminação.
Festival de besteiras
Coleguinhas atribuem ao tucano Antonio Anastasia (MG) uma frase que o desmerece: “o Senado fez esforço enorme para se reunir na segunda-feira”. Que “esforço enorme”? Abrir o computador e fazer votação virtual?
Começar tudo outra vez
Com a clientela sempre às voltas da prisão, após roubar muito, alguns criminalistas acham que é hora de ativismo para derrubar o governo, acabar a Lava Jato e reinstalar a safadeza que os deixou milionários.
De olho na retomada
De olho no “pós-apocalipse”, a agenda legislativa da indústria foi lançada esta semana e elegeu a reforma tributária como ponto principal para recuperar a economia brasileira dos efeitos da pandemia.
Pensando bem…
… o debate do “isolamento total” é espelho do debate sobre abstinência sexual; a lógica é idêntica, mas os lados trocaram de posição.
PODER SEM PUDOR
Bombinha de nada
Corria o sombrio 1º de abril de 1964 quando um homem simples, carregando uma caixa, dirigia-se à rua do Príncipe, onde ficava o então IV Exército, no Recife. Um soldado armado de fuzil gritou “alto!”. Assustado, o homem passou a gritar, enquanto era preso: “É uma d’água! É uma d’água!” O engano seria desfeito horas depois, quando um capitão o interrogou: “Afinal, o que é ‘uma d’água’?” O homem esclareceu: “Meu capitão, eu sou encanador e estou levando uma bomba d’água na caixa. Se eu dissesse que era uma bomba, os seus soldados iam me trazer aqui vivo para conversar com o senhor?”
Com André Brito e Tiago Vasconcelos