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Exército brasileiro faz ofensiva para tentar melhorar sua imagem e prestígio

As novas regras já serão válidas para o alistamento de 2025. (Foto: Divulgação/Exército Brasileiro)

O comandante do Exército, general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, iniciou uma ofensiva para afastar as Forças Armadas da influência bolsonarista e recuperar o prestígio perdido após episódios como os atos antidemocráticos no dia 8 de janeiro e a suspeita de envolvimento de militares num esquema de venda ilegal de joias destinadas ao acervo da Presidência da República durante o governo Jair Bolsonaro.

A iniciativa foi materializada em uma ordem emitida por Paiva no dia 10 de agosto e publicada no Boletim do Exército na sexta-feira passada (18).

A estratégia inclui a criação de uma associação nacional de “Amigos do Exército”, com presença em todo o Brasil. O plano do comando prevê ainda a luta por benefícios para militares e seus familiares a fim de passar a mensagem ao público interno de que a atual gestão da instituição está comprometida com os interesses do Exército. Tomás criou um grupo de trabalho com a participação de coronéis e generais para obter mais recursos para os sistemas de Saúde e de Colégios Militares e para moradias de famílias de militares.

A publicação de ordens para a tropa faz parte das atribuições de um comandante. Nesse sentido, a Ordem Fragmentária n.º 1/2023 nada tem de incomum (no vocabulário militar, uma ordem fragmentária é um tipo de comando usado para enviar instruções a uma ou mais unidades, determinando a parte que cada uma deverá desempenhar no cumprimento de um plano).

Em sua ordem, o general Tomás reiterou que o Exército deve ser “uma instituição de Estado, apartidária, coesa, integrada à sociedade e em permanente estado de prontidão”, que deve se voltar para suas atividades profissionais dentro da legalidade.

Pesquisa dos institutos Genial/Quaest publicada evidencia que a confiança nas Forças Armadas sofreu uma queda expressiva desde o fim do ano passado.

O número dos brasileiros que afirmavam “confiar muito” na instituição passou de 44% para 33%. Conforme o levantamento, a queda de confiança mais significativa se deu entre eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro no segundo turno da eleição.

Recentemente a Polícia Federal prendeu toda a cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal nas investigações sobre os atos de 8 de janeiro.

A Força deve priorizar 15 tipos de ações. A primeira delas diz: “Intensificar as ações que contribuam para a proteção e o fortalecimento da imagem e da reputação do Exército, de forma alinhada, integrada e sincronizada, gerando sinergia nos resultados, evitando-se a desinformação”.

Ele determinou que o Estado-Maior adote, “em coordenação com a Secretaria de Economia e Finanças, as ações necessárias, particularmente perante as demais Forças e o Ministério da Defesa, para que sejam apresentadas as demandas visando à recomposição salarial dos militares”.

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