Ícone do site Jornal O Sul

Exército Brasileiro quer comprar uma centena de mísseis Javelin americanos e fechar contrato de novos blindados

Soldado americano durante treinamento com míssil Javelin, em 2016, na Alemanha. (Foto: U.S. Army/Divulgação)

O Exército Brasileiro anunciou que vai comprar um carregamento de uma centena de mísseis americanos FGM-148 Javelin, fabricados pela Raytheon e pela Lockheed Martin. A chegada do armamento deve ocorrer depois de quase quatro anos que o Brasil fez o primeiro pedido de aquisição do equipamento, que foi fundamental para a Ucrânia parar a ofensiva russa no começo da guerra, em 2022. “Estamos em tratativas. O Javelin chega no ano que vem ou no próximo”, afirmou o comandante do Exército, general Tomás Miguel Ribeiro de Paiva.

O novo míssil deve equipar a 1.ª Companhia Anticarro Mecanizada (1.ª Cia AC Mec), inaugurada no último dia 16 pelo general Tomás, que fez o anúncio da aquisição do novo armamento. Ele também informou que a Força Terrestre deve, após ter concluído os testes com dois protótipos, fechar o contrato para aquisição de 98 caça-tanques Centauro II-BR.

Tomás estava acompanhado na sede da unidade pelo então comandante militar do Sudeste, general Guido Amin Naves, e pelo seu sucessor, o general Pedro Celso Coelho Montenegro. “Estávamos perseguindo há muito tempo essa capacidade anticarro e conseguimos obter agora com três tipos de material”, contou Tomás.

Ele elencou os mísseis FGM-148 Javelin, o Spike LR2 e Max 1.2 AC. O produto americano é um míssil portátil anticarro com orientação por infravermelho – ele usa o sistema fire and forget ou atire e esqueça, em português – que pode alcançar alvos a até 4 mil metros. O Brasil havia apresentado o primeiro pedido de compra em 2021. Mas só no fim de 2022 o governo americano autorizou a venda.

Com isso, o Exército acabou adquirindo primeiro o míssil israelense Spike LR-2, cuja entrega também atrasou – a chegada ao País aconteceu apenas neste ano. O equipamento usa o chamado sistema fire, observe and update (disparar, observar e atualizar) com auxílio de inteligência artificial. Por meio dele, seu operador pode optar pelo controle manual do início ao fim do voo ou travar o alvo por meio da IA. Neste caso, ainda é possível fazer ajustes no voo até o impacto.

O Spike LR-2 equipa dois pelotões da 1.ª CIA AC Mec, com duas seções cada. Cada seção tem duas peças para disparar o míssil de 13 quilos, o que pode ser feito do solo por uma equipe de soldados ou a partir de viaturas blindadas multitarefas leves sobre rodas Guaicurus, fabricadas pela Iveco Defense Vehicles (IDV). O alcance do Spike LR-2 é de 5,5 mil metros.

(Marcelo Godoy/Estadão Conteúdo)

Sair da versão mobile