Quarta-feira, 04 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 1 de dezembro de 2024
O Exército Brasileiro abriu uma investigação interna para apurar o possível uso de viaturas militares de batalhões de Goiânia no plano golpista, identificado pela Polícia Federal, que pretendia atacar autoridades no final de 2022, após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição presidencial.
A apuração está sendo conduzida pelo Comando de Operações Especiais, liderado pelo general Andrelucio Ricardo Couto, e inclui todos os batalhões subordinados à unidade.
A PF revelou que o plano do general da reserva Mario Fernandes envolvia o uso de armamento exclusivo do Exército, como o lança-rojão AT-4. Diante disso, o Exército analisou os registros de entrada e saída de armas em batalhões de Goiânia, especialmente no 1º Batalhão de Ações de Comandos.
Segundo a Folha de S.Paulo, relatos internos indicam que não foram encontrados indícios de retirada irregular de armamentos, afastando a necessidade de uma sindicância específica sobre o tema.
No entanto, uma nova linha de investigação surgiu após a PF identificar que um Fiat Palio preto pertencente ao batalhão fez trajetos coincidentes com o carro particular do tenente-coronel Rafael Martins de Oliveira. O oficial é apontado como um dos seis integrantes de um grupo que planejava prender ou assassinar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Câmeras da concessionária Triunfo, responsável pela rodovia BR-060, registraram o Palio do batalhão trafegando com apenas seis minutos de diferença do veículo de Rafael nos deslocamentos de Goiânia a Brasília, em 15 de dezembro de 2022. À noite, após o plano ser abortado, os veículos retornaram com uma diferença de 32 segundos.
As imagens mostram pelo menos duas pessoas dentro da viatura, mas a identidade dos ocupantes ainda não foi descoberta. A PF também encontrou registros de outros seis veículos militares que realizaram trajetos semelhantes nos últimos meses de 2022 e solicitou informações detalhadas ao Exército sobre os itinerários e os militares envolvidos.
Como parte das tentativas de identificar os participantes do grupo golpista, a PF analisou quatro números de telefone utilizados na articulação, registrados no grupo “Copa 2022”, no aplicativo Signal. Os celulares receberam créditos em uma farmácia de Brasília, em 9 de dezembro de 2022, mas as imagens de segurança já haviam sido apagadas quando os investigadores solicitaram acesso.
Apesar das dificuldades, a investigação segue em busca de esclarecer a identidade dos envolvidos, incluindo quatro integrantes do grupo ainda não identificados.
Em nota, o Exército confirmou a abertura de um procedimento administrativo para verificar o uso das viaturas e garantir que as regras regulamentares foram seguidas. O envio das informações solicitadas pela PF é esperado nos próximos dias. As informações são do site Diário do Centro do Mundo.