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Por Redação O Sul | 11 de maio de 2017
Pessoas com Aids que aderiram a tratamentos antirretrovirais em 2010 têm uma expectativa de vida de aproximadamente uma década maior do que aqueles que se submeteram ao mesmo tipo de terapia em 1996, segundo revelou um estudo publicado nesta quarta-feira no periódico “The Lancet HIV”.
Mais especificamente, a expectativa de vida para pacientes de 20 anos no início do tratamento é hoje 9 anos maior entre mulheres e 10 anos maior entre homens, na comparação com os resultados nos anos 90. Hoje, na Europa, jovens sob tratamento com antirretrovirais têm expectativa de vida de aproximadamente 70 anos.
Segundo os autores da pesquisa, as primeiras terapias antirretrovirais eram inferiores às atuais, que têm melhores índices na supressão da replicação do vírus, são menos tóxicas e têm uma carga de substâncias menor, além de efeitos colaterais.
Mesmo considerando os anos mais recentes, tais tratamentos continuam melhorando, o que se deve também a avanços na aderência dos pacientes à terapia e o controle de comorbidades.
Para o estudo publicado no “Lancet HIV”, pesquisadores se debruçaram sobre dados de 88.504 pacientes dos Estados Unidos e da Europa, tratados entre 1996 e 2013. Todos passaram por terapias envolvendo pelo menos três medicamentos, e foram acompanhados por ao menos três anos.
Redução da mortalidade
O estudo mapeou a eficácia dos antirretrovirais nos primeiros três anos de tratamento. No primeiro ano, a mortalidade por causas variadas — incluindo não só diretamente a Aids — foi semelhante nos grupos que passaram por terapia entre 1996-2007 e 2000-2003. Entre 2008 e 2010, no entanto, a mortalidade foi substancialmente menor.
Considerando os três períodos no segundo e terceiro ano de tratamento, porém, o declínio da mortalidade foi constante.
Mortes relacionadas à doença, em todos os três anos iniciais de tratamento, também foram reduzidas ao longo dos anos. (AG)