O filho de Francisco Wanderley Luiz, homem-bomba que realizou o ataque na Praça dos Três Poderes, prestou depoimento à Polícia Federal (PF) nessa quinta-feira (14). Ele disse aos investigadores que o pai lhe deixou uma mensagem em tom de despedida. Segundo seu relato, apenas após ver notícias sobre o ataque, entendeu o recado.
O filho do homem-bomba foi ouvido em Londrina (PR), cidade a cerca de 384 quilômetros de Curitiba. O depoimento foi realizado na cidade porque ele está em viagem, segundo investigadores ouvidos pela CNN. A mensagem foi entregue por ele à PF e incluída no inquérito que tramita na Divisão Anti-terrorismo da PF, em Brasília.
O filho também disse no depoimento que o pai “tinha convicções políticas, mas nada muito radical”. Segundo ele, Wanderley tinha uma renda mensal de R$ 5 mil.
De acordo com a PF, todas as pessoas que os investigadores entenderem que possam saber de alguma informação sobre o fato serão intimadas e ouvidas como testemunhas.
Moraes como alvo
Também foi ouvida nessa quinta uma ex-mulher do homem-bomba. Ela relatou que o intuito dele era matar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Segundo o depoimento, o ataque foi planejado e teve pesquisas no Google em relação ao ministro.
A mulher disse que ele chegou a fazer e compartilhar pesquisas no Google para planejar o atentado, tendo ela perguntado a Wanderley Luiz, “você vai mesmo fazer essa loucura?”.
Perícia
Na manhã dessa quinta, a PF encontrou um celular que seria de Wanderley em um veículo levado pelo autor do ataque à região da Praça dos Três Poderes. Uma perícia começou a ser feita no aparelho.
Segundo investigadores, a expectativa era que, ainda nessa quinta, os dados do aparelho celular fossem extraídos. Assim, mensagens poderão ajudar a saber se ele teve apoio e qual seria o real plano de ataque.
A PF também realizou buscas na casa do homem em Rio do Sul (SC) pela manhã. Documentos foram apreendidos e serão analisados.
Vereador
Ele foi candidato a vereador em 2020 pelo Partido Liberal (PL), publicou várias ameaças contra os juízes do STF e outras figuras públicas nas redes sociais, segundo relatórios da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN).
Franscisco Wanderley Luiz alugou há alguns meses uma casa em Ceilândia, a 30 quilômetros de Brasília, onde a Polícia Militar desativou vários explosivos, alguns com muito poder de fogo.
Explosivos
O porta-voz da corporação em Brasília, Raphael Van Der Broocke, disse que os artefatos explosivos encontrados na casa são semelhantes aos usados no atentado.
No banheiro, a polícia encontrou uma mensagem escrita num espelho com batom e o nome de Débora Rodrigues, a mulher que fez pichações na estátua da Justiça na invasão da Praça dos Três Poderes a 8 de janeiro de 2023: “Por favor, não desperdice batom! Isso é para deixar as mulheres bonitas. Estátua de m… se usa TNT”, ou seja explosivos.
Em declarações à imprensa, o diretor-geral da PF anunciou que um dos próximos passos da investigação é verificar se Francisco Wanderley atuou isoladamente ou se está ligado a um grupo de extremistas. As informações são dos portais de notícias G1 e CNN Brasil.