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Política Explosões em Brasília: Polícia Federal diz que ação de homem-bomba foi individual, mas vê “grupos extremistas ativos”

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Andrei Rodrigues relatou ainda que uma gaveta na casa alugada em Ceilândia explodiu ao ser aberta por um robô antibombas da Polícia Federal. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirmou nessa quinta-feira (14) que as explosões registradas na área central da capital na noite de quarta (13) apontam que os grupos extremistas responsáveis por atos similares em anos anteriores seguem ativos.

Rodrigues afirmou, também, que há indícios de que Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, planejou os atos e premeditou o ataque por meses.

“Quero fazer um registro da gravidade dessa situação que nós enfrentamos ontem. Que apontam que esses grupos extremistas estão ativos e precisam que nós atuemos de maneira enérgica. Não só a Polícia Federal, mas todo o sistema da Justiça Federal. Entendemos que o episódio de ontem não é um fato isolado, mas conectado com várias outras ações”, disse.

“Eu tenho ressalvas com essa expressão ‘lobo solitário’, porque, ainda que a ação visível seja individual, por trás dessa ação nunca há só uma pessoa, há sempre um grupo, ou ideia de um grupo, com extremismos e radicalismos que levam ao cometimento dos crimes. A ação, de fato, foi individual, mas a investigação dirá se há outras conexões, redes, o que está por trás e impulsionou essa ação. Equipes estão em Brasília e em Santa Catarina”, declarou Andrei.
A Polícia Federal e o Supremo Tribunal Federal (STF) devem assumir as investigações – a cargo, inicialmente, da Polícia Civil do Distrito Federal.

“Determinei a instauração do inquérito policial e o encaminhamento para a Suprema Corte em razão das hipóteses iniciais de atos que atentam contra o Estado Democrático de Direito. E também, de atos terroristas. Estamos tratando o caso sob essas duas vertentes”, informou Andrei.

Fabricação artesanal

As primeiras informações da investigação indicam, segundo Andrei Rodrigues, que houve um “planejamento de longo prazo” de Francisco Wanderley.

“Essa pessoa já esteve em outras oportunidades em Brasília. Inclusive, segundo relatos de familiares, estava aqui em Brasília no começo do ano de 2023. Ainda é cedo dizer se houve participação direta nos atos de 8 de janeiro, isso a investigação vai mostrar”, disse.

O homem, morador de Santa Catarina, estava já há alguns meses em uma casa alugada em Ceilândia, no Distrito Federal.

Andrei Rodrigues afirmou que a PF está analisando os materiais encontrados durante a investigação e, sem dar detalhes, disse que foi encontrada uma “caixa” durante a apuração.

Segundo o diretor da PF, as bombas eram de fabricação artesanal, mas de “alto grau de lesividade”.

Andrei afirmou que Francisco Wanderley portava um extintor carregado com gasolina, simulando um lança-chamas. “Reitera a gravidade da situação que encontramos”, afirmou.

No porta-malas do veículo de Francisco, havia vários fogos de artifício montados sobre uma estrutura de tijolos com o objetivo de “canalizar” a explosão para uma única direção.

Também foi localizado um trailer que teria sido alugado há alguns meses e estava estacionado nas proximidades do STF, o que, na avaliação dos investigadores, aponta que a ação foi planejada em médio ou longo prazo.

Gaveta explodiu

Andrei Rodrigues relatou ainda que, já na manhã desta quinta, uma gaveta na casa alugada em Ceilândia explodiu ao ser aberta por um robô antibombas da Polícia Federal.

“Felizmente, utilizamos a boa doutrina da nossa instituição e da Polícia Militar também para fazer entrada nesse tipo de ambiente. E entramos com o robô, nosso robô antibombas. Entramos na residência, o robô entrou na residência e a ato contínuo ao abrir uma graveta para fazer a busca, houve uma explosão, uma explosão gravíssima. Salvou a vida de alguns policiais que se tivessem ingressado na residência, certamente não sobreviveriam àquela intensidade da explosão”, disse.

“Então, na residência encontramos também outros artefatos. Muitos, até pela sensibilidade, têm que ser destruídos. E outros materiais que coletamos, eu diria que de muita relevância”, prosseguiu. As informações são do portal de notícias G1.

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