Ícone do site Jornal O Sul

Expodireto: em audiência pública do Senado, Sistema Ocergs defende processo de securitização

No último dia de feira, entidades representativas do Rio Grande do Sul estiveram reunidas em busca de soluções para as dívidas do produtor gaúcho. (Foto: Divulgação/Sistema Ocergs)

O Sistema Ocergs, representado pelo presidente Darci Hartmann, participou da audiência pública para tratar das dívidas dos produtores gaúchos realizada pelo Senado Federal na sexta-feira (14), na 25ª Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque (RS). O Sistema, que representa as cooperativas do Rio Grande do Sul, defende um amplo processo de securitização para que todos os produtores possam repactuar as suas dívidas num prazo de 20 anos.

O posicionamento, acompanhado por todas as cooperativas agropecuárias do Rio Grande do Sul e entidades representativas do estado, considera as safras recentes frustradas pelas enchentes e pela estiagem. Com o pleito unificado, o objetivo é levar a pauta a Brasília para que haja celeridade na tramitação, dada a urgência de medidas que viabilizem a continuidade da produção.

“É uma das primeiras vezes que o estado está unido, buscando uma saída econômica para a nossa dificuldade. Não só da produção, mas do desenvolvimento do Estado. E o Sistema Ocergs, que tem 370 cooperativas e 3,8 milhões de associados, está junto nessa missão. Não vamos esmorecer enquanto não tivermos as soluções alcançadas”, declarou o presidente do Sistema Ocergs durante manifestação em nome das cooperativas.

Na ocasião, o economista-chefe da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Antônio da Luz, apresentou dados que dimensionam as perdas dos produtores gaúchos nas últimas safras (2020 a 2024). O estado deixou de colher 40,6 milhões de toneladas de grãos no período, o que corresponde a uma perda de R$ 117 bilhões (em valores atualizados).

No entendimento unânime das entidades presentes, a securitização das dívidas rurais é fundamental para, a exemplo do que já ocorreu anos atrás, garantir aos agricultores condições de acesso a novas linhas de crédito, mitigando o risco de perda de produção futura pela incapacidade financeira.

“Essa é uma solução de médio prazo. Paralelamente, defendemos, ainda, ações de curto prazo, como alongamento das dívidas que vencem até o fim do ano e o amplo debate sobre projetos de irrigação, que são investimentos necessários para o enfrentamento ao cenário de mudanças climáticas”, defende Hartmann.

A audiência pública foi conduzida pelo senador Luis Carlos Heinze e também contou com a participação de deputados federais, do vice-governador do Estado, Gabriel Souza, de parlamentares da Assembleia Legislativa do RS, de prefeitos e vice-prefeitos, além de entidades como a Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS) e a Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS).

Sair da versão mobile