Segunda-feira, 13 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 12 de janeiro de 2024
A redução na estimativa da produção de soja no Brasil, apontada nesta semana pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), motivada por problemas climáticos nos principais Estados produtores, deverá implicar também em uma menor exportação da oleaginosa em grãos neste ano.
Além disso, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou o aumento de biodiesel ao diesel, de 12% para 14%, o que indica que haverá um incremento na demanda interna de óleo de soja.
Como resultado, a Conab reduziu sua estimativa de exportação em 3,13 milhões de toneladas, para 98,45 milhões de toneladas de grãos.
A quantidade de soja esmagada foi ajustada em 119 mil toneladas, totalizando 53,4 milhões de toneladas, devido ao aumento da proporção de biodiesel adicionado ao diesel.
Portanto, a autarquia espera que os estoques finais em 2023/24 sejam de 3,58 milhões de toneladas, na comparação com 3,4 milhões de toneladas no fim de 2022/23. Os estoques de farelo devem somar 3,27 milhões de toneladas, em relação a 1,6 milhão de toneladas no ciclo anterior, e os de óleo devem cair de 310 mil toneladas para 300 mil toneladas.
Principal cultura
“A atual safra tem a característica de ser uma das mais complexas para a estimativa de área, produtividade e produção nos últimos tempos. As dificuldades podem ser resumidas nos problemas climáticos, que geram incertezas e prejudicam a tomada de decisão pelos produtores”, pondera o superintendente de Informações da Agropecuária da Conab, Aroldo Antonio de Oliveira Neto.
Principal cultura cultivada no país, a soja deve apresentar uma produção de 155,3 milhões de toneladas. O resultado representa uma quebra de 4,2% na expectativa, uma vez que as primeiras projeções apontavam para uma colheita de 162 milhões de toneladas. Chuvas mal distribuídas e temperaturas elevadas influenciaram de maneira negativa tanto no plantio como no desenvolvimento das lavouras. As condições climáticas também foram determinantes para alguns produtores migrarem para outras culturas, contribuindo para a redução da área em relação ao levantamento divulgado em dezembro.
Outro importante produto para os brasileiros, o arroz tem uma estimativa de produção de 10,8 milhões de toneladas. Se por um lado os preços do grão foram incentivos para o aumento de área em alguns estados produtores, por outro, o atraso no plantio, o volume excessivo de chuvas ou de períodos de veranicos que ocorreram em regiões diversas, além das dificuldades nos tratos culturais, são variáveis para o registro de impactos desfavoráveis na produtividade.
Para o feijão é esperada uma estabilidade na produção, quando se compara com a safra passada, chegando a uma colheita de 3,03 milhões de toneladas. Porém, a implantação da primeira safra da leguminosa caminha para a conclusão e vem apresentando alterações negativas, devido à instabilidade do clima.
No caso do milho, a produção total está estimada em 117,6 milhões de toneladas, redução de 10,9% em relação ao ciclo anterior. A queda é reflexo de uma menor área plantada e de uma piora na expectativa de rendimento das lavouras. A primeira safra do cereal, que representa 20,7% da produção, vem passando por situações adversas como, elevadas precipitações nos estados do Sul, baixas pluviosidades acompanhadas pelas altas temperaturas no Centro-Oeste. Segundo o boletim da Conab, para a segunda safra do grão, além de avaliar os custos, as decisões dos produtores dependem de fatores climáticos, de disponibilidade de janela para o plantio e dos preços de mercado.
Já para o algodão é esperado um crescimento na área cultivada de 6,2% sobre a safra 2022/23. Com a semeadura se aproximando de 32% no país, a área estimada em cerca de 1,77 milhão de hectares poderá variar, já que parte da área que deveria ser replantada com soja em Mato Grosso poderá ser utilizada com o plantio da fibra. Atualmente a projeção é de uma colheita de 3,1 milhões de toneladas de pluma. As informações são do site Globo Rural e da Conab.