Terça-feira, 24 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 21 de fevereiro de 2024
Relatório mostra que as vendas no quarto trimestre do ano passado atingiram US$ 4,1 bilhões.
Foto: Wenderson Araújo/CNAImpulsionadas pelas vendas de soja e fumo, as exportações do agronegócio do Rio Grande do Sul somaram US$ 16,2 bilhões em 2023, uma alta de 0,1% em relação ao ano anterior. Trata-se, pelo terceiro ano seguido, do maior valor nominal (sem considerar a inflação) da série histórica iniciada em 1997 e representa 72,7% do total de vendas externas no Estado.
Os números divulgados nessa quarta-feira (21) constam no boletim “Indicadores do Agronegócio do RS”, produzido pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE) e mostram, ainda, que as vendas no quarto trimestre de 2023 atingiram US$ 4,1 bilhões, valor 7,9% menor em relação ao mesmo período do ano anterior. Apesar da queda, o resultado dos últimos três meses de 2023 foi o segundo melhor da série histórica.
O material aponta uma recuperação importante nas vendas anuais da soja (total de US$ 6,3 bilhões; 13,8%), após a severa estiagem registrada em 2022. Ainda que a produção da oleaginosa em 2023 também tenha sido afetada pela falta de chuvas, a colheita de 12,7 milhões de toneladas foi 35,9% superior à de 2022. Para 2024, a estimativa é uma produção de 21,4 milhões de toneladas da soja em grão.
Outro destaque positivo do ano foi o aumento na comercialização do fumo (total de US$ 2,5 bilhões; 15,2%). As exportações atingiram em 2023 o maior valor nominal da série histórica, impulsionada ainda pela alta de 27,5% nos preços médios do fumo não manufaturado, principal produto do segmento. No sentido oposto, os setores de carnes (total de US$ 2,6 bilhões; -7,1%), cereais (US$ 1,5 bilhão; -17,7%), produtos florestais (US$ 1,2 bilhão; -28,7%) e máquinas agrícolas (US$ 551,6 milhões; -3%) registraram queda nas vendas externas.
Segmentos
Principal cultura do agronegócio gaúcho, a soja teve seu desempenho nas exportações do ano sustentado pela alta nas vendas da soja em grão (total de US$ 4,05 bilhões; 22,6%) e do farelo de soja (total de US$ 1,80 bilhão; 22,2%), enquanto o óleo de soja (total de US$ 468,01 milhões; -39,8%) registrou queda.
No segmento de fumo e seus produtos, a alta registrada na exportação de fumo não manufaturado (total de US$ 2,29 bilhões; 15,1%) contrasta com a tendência de queda na produção interna.
No setor de carnes, a redução nas vendas foi motivada pelas quedas na carne de frango (total de US$ 1,45 bilhão; -3,9%) e na carne bovina (total de US$ 293,38 milhões; -33,8%), com redução ainda nos preços médios de todos os produtos do segmento.
Nos produtos florestais, a queda mais relevante foi registrada na celulose, principal produto do setor (total de US$ 832,63 milhões; -31,2%), afetada pela diminuição nos preços internacionais ao longo do ano, demanda mais fraca nos principais mercados, estoques elevados e também pela parada de 25 dias na principal planta de processamento de celulose do Rio Grande do Sul, realizada para modernização do espaço.
Nos cereais e derivados, o trigo – após um ano acima das expectativas em 2022, com safra recorde e vendas impulsionadas por conta do conflito entre Rússia e Ucrânia – registrou queda de 30,9% nas exportações (total de US$ 645,61 milhões).
Entre os principais destinos das exportações do agronegócio gaúcho, a China foi a responsável por 31,2% do total das vendas do Estado em 2023, uma alta de 9% em relação ao ano anterior. O destaque foi para as aquisições de soja em grão – o país asiático adquiriu 85,5% do total embarcado pelo RS. Na sequência da lista dos principais compradores, ficaram a União Europeia (14,4% do total), Estados Unidos (4,9%), Vietnã (4,2%) e Indonésia (2,9%).