Terça-feira, 29 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 26 de outubro de 2019
A Defesa Civil e o Ministério da Saúde publicaram uma cartilha com orientações a voluntários que participam da limpeza de óleo nas praias. Segundo o texto, a inalação de vapores do poluente pode causar dificuldades de respiração e dor de cabeça. Já o contato direto com o material pode levar a manchas na pele e inchaço. Sobre a exposição de longo prazo ao óleo, a publicação alerta para o risco de câncer e infertilidade. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo e da Agência Brasil.
Mas a cartilha não especifica qual o período de exposição necessário para surgirem doenças mais severas. Segundo especialistas ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo, consequências graves são mais comuns entre aqueles com contato crônico, como trabalhadores do setor petroquímico.
Nos últimos dias, voluntários e pescadores têm relatado sintomas como dor de cabeça, náuseas e tontura – reações a curto prazo também listadas no material do governo. A Secretaria Estadual de Pernambuco havia registrado, até anteontem, 19 casos de intoxicação com suspeita de relação com o óleo.
A cartilha recomenda ainda que profissionais de saúde registrem casos suspeitos e confirmados de intoxicação exógena no Sistema Nacional de Agravos de Notificação (Sinan).
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que não há alerta do governo e que ainda serão feitos estudos sobre os efeitos do óleo na cadeia alimentar.
Pescado
Em nota, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirma que não há proibição para a comercialização de pescados do Nordeste, mas “autoridades estaduais podem definir restrições” diante da situação específica de cada localidade.
Empresas do setor de pescado afirmam que não há risco para consumidores de outras regiões. Peixes vendidos para São Paulo e Estados vizinhos, por exemplo, são criados em cativeiro ou vêm de locais não afetados pela mancha de óleo no Nordeste.
Monitoramento
O Comitê de Suporte ao monitoramento das manchas de óleo – formado pela Marinha, Ibama e pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), que integram o Grupo de Acompanhamento e Avaliação (GAA) – foi transferido neste sábado (26) do Rio de Janeiro para as instalações do Centro de Operações Conjuntas, na sede do Ministério da Defesa, em Brasília.
Segundo nota divulgada pela Marinha, a medida foi motivada pelo “aumento do efetivo empregado no combate às manchas de óleo no litoral nordestino e para a ampliação da capacidade de comando e controle de todas as ações que estão sendo desempenhadas pelos diversos órgãos componentes do Comitê de Suporte”.
O GAA atua em coordenação com Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Polícia Federal, Petrobras, Defesa Civil, Exército e Força Aérea Brasileira, assim como diversas instituições e agências federais, estaduais e municipais, além de empresas e universidades.