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Porto Alegre Exposição inédita destaca em Porto Alegre desenhos e pinturas do gaúcho Carlos Vergara

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Artista plástico de 82 anos tem obras exibidas de forma simultânea no Margs e na Fundação Iberê. (Foto: Divulgação)

O Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs) e a Fundação Iberê Camargo abrem neste sábado (24) em Porto Alegre a mostra “Poética da Exuberância”, do veterano artista plástico gaúcho Carlos Vergara, 82 anos. Trata-se de uma parceria inédita entre as instituições culturais, ao promoverem uma mesma exposição em ambos os locais, de forma simultânea.

O cronograma inicial inclui inauguração do evento ao público no Margs às 11h, seguida de visita guiada por Vergara e o curador do evento, Luiz Camillo Osório. Já às 14h será a vez da Iberê repetir a dose a partir das 14h, incluindo conversa com os dois. A data de encerramento é unificada: 5 de maio.

Com um total de 88 obras em desenhos e pinturas em papel, produzidos na década de 1960, quando Vergara atuava como assistente do colega Iberê Camargo no Rio de Janeiro). São peças jamais expostas, o que torna a exposição ainda mais atrativa.

“Esse período foi uma escola sem igual, onde rigor poético e liberdade criativa eram transmitidos em ato”, destaca o curador. “Já era tempo de uma exposição do aluno consagrado e rebelde na fundação do seu mestre.”

– Visitas no Margs: terça a domingo das 10h às 19h (último acesso às 18h), sempre com entrada gratuita. Também são oferecidas visitas mediadas, com agendamento por e-mail. Detalhes no site margs.rs.gov.br.

– Visitas na Fundação Iberê: quarta a domingo, das 14h às 18h30min. Às quintas, a entrada é gratuita. De sexta a domingo, é cobrado ingresso Para visita mediada é exigida marcação. Confira em iberecamargo.org.br. Observação: até o fim de fevereiro, a entrada é franca em qualquer dia da semana.

Trajetória

Nascido na cidade de Santa Maria (Região Central) em 29 de novembro de 1941, ainda criança Carlos Vergara acompanhou com a família as mudanças de seu pai, reverendo de uma igreja evangélica até se estabeleceram em 1954 no Rio de Janeiro. E na Cidade Maravilhosa que ele desenvolve sua produção dali por diante.

Aos 22 anos, conheceu o também gaúcho Iberê (1914-1994), de quem foi aluno e assistente no ateliê localizado no bairro boêmio da Lapa: “Ele montava umas naturezas mortas pra eu desenhar e, quando precisava de mim, me chamava: Espreme aqui vermelho, branco…”, relembra o artista, que no mesmo período também jogava vôlei profissionalmente.

“Ele (Iberê) ficava com ódio, porque chegava seis e meia da tarde e eu dizia que tinha que ir embora por causa do treino. Ele dizia: ‘Não pode! Ou tu és artista ou esportista! Eu acho que daí nasceu uma amizade muito grande”, diverte-se ao compartilhar momentos com o amigo.

Em 1965, Vergara participou da mostra “Opinião 65”, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, um marco na História da arte brasileira, ao evidenciar uma postura crítica dos novos artistas diante da realidade social e política dominada pela ditadura militar (1964-1985).

Depois formou-se a Nova Figuração Brasileira, movimento que integrou junto com artistas como Antonio Dias, Rubens Gerchmann e Roberto Magalhães, responsáveis por obras de forte conteúdo político.

Na década de 1970, Vergara voltou seus olhos para a grande festa do carnaval carioca. Um de seus objetos preferidos é o bloco Cacique de Ramos, com milhares de figurantes, onde todos são iguais: “não há índios, só caciques”.

É o também um período em que ele desenvolve uma série de projetos premiados para as agências da companhia aérea Varig no Brasil e no exterior. A partir dessa experiência multiplicam-se trabalhos de sua autoria em espaços arquitetônicos de bancos, shoppings e outros espaços.

Na década de 1980, ele abandona a figuração e inicia um processo de criação anexando registros de vestígios naturais ou arquitetônicos, transferindo para as telas, em lona crua, pigmentos colocados sobre a superfície de um local, quando captura imagens, imprimindo-as como monotipias, para, em seguida, realizar intervenções com o acréscimo de outras cores, reinventando o real, num trabalho que considera livre.

Em 2003, Vergara esteve em Porto Alegre para acompanhar a inauguração de seu grande painel “Todas as Horas” (que muitos chamam carinhosamente de “Zepelin”, devido à forma elíptica), projetado e confeccionado junto ao Aeroporto Salgado Filho e que mede mais de 30 metros de comprimento. Ele foi um dos três escolhidos para criar obras para o local, junto com Regina Silveira e Mauro Fuke. Até hoje, Carlos Vergara realizou mais de 180 exposições individuais e coletivas.

(Marcello Campos)

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https://www.osul.com.br/exposicao-inedita-destaca-em-porto-alegre-desenhos-e-pinturas-do-gaucho-carlos-vergara/ Exposição inédita destaca em Porto Alegre desenhos e pinturas do gaúcho Carlos Vergara 2024-02-23
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