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Por Redação O Sul | 3 de maio de 2018
O ator Fábio Assunção foi detido depois de um acidente de trânsito na manhã desta quinta-feira (03), na Alameda Franca, no bairro do Jardins, na Zona Oeste de São Paulo. De acordo com a TV Globo, o artista estava ao volante quando bateu em três carros e, em seguida, se recusou a realizar o teste do bafômetro.
Assunção foi levado ao 78º Distrito Policial (Jardins) e, em seguida, encaminhado ao IML (Instituto Médico Legal) para a realização de um exame de corpo de delito. Ele e outros envolvidos no acidente prestarão depoimentos para o registro da ocorrência por embriaguez ao volante. Ele foi autuado por embriaguez ao volante. Ele poderá pagar fiança e responder ao processo em liberdade.
Após prestar depoimento na delegacia da cidade, o ator de 46 anos foi levado para o fórum local, onde participou de uma audiência de custódia. Ele foi liberado após pagar uma fiança equivalente a dez salários mínimos (em torno de R$ 9.400).
Depois de sair do tribunal, o ator se pronunciou em sua conta no Instagram. “Infelizmente aconteceu uma briga. Errei ao me exceder. Não fiz uso de nenhuma droga ilícita – o que será comprovado pelo exame toxicológico que eu mesmo pedi para ser feito. Serei responsável pelos danos causados”, escreveu.
Em 2008, o ator admitiu à Polícia Federal que era dependente químico e passou anos em tratamento, com acompanhamento médico e psicológico. Em abril do ano passado, Fábio Assunção foi detido em uma blitz no Rio quando policiais avaliaram que ele estava embriagado ao volante. Fábio atualmente está no ar como Ramiro Curió, em “Onde Nascem Os Fortes”, na TV Globo.
Vítima da internet
A história se repete: Fábio Assunção é preso, alega inocência e os comentários nos sites de notícias e redes sociais o julgam e condenam sem dó.
Na velocidade alucinante da internet, a notícia de mais uma confusão protagonizada por Fábio Assunção gerou incontáveis comentários sobre o ator: ironias, críticas e algumas (poucas) mensagens piedosas.
Houve quem o atacasse exclusivamente por ser filiado ao PT e defensor do ex-presidente Lula, preso na Polícia Federal em Curitiba.
Em tempos de radicalismo extremo, online e na vida real, a ideologia política de uma pessoa passou a definir quem ela é – e a servir de estímulo para seus desafetos anônimos abrirem fogo.
Fábio Assunção também foi criticado por aqueles que o veem como um arruaceiro crônico que se aproveita do status de astro global para tentar se safar das encrencas.
Aí entra o ódio anti-Globo. Afinal, ele é a cara da emissora. Trabalha no canal desde 1990 e sempre recebeu o apoio da empresa quando a dependência química atrapalhou sua carreira e a vida privada.
O simples fato de ser um homem bonito, rico e famoso também incomoda muita gente. Há quem não consiga lidar com o sucesso alheio.
Existe ainda a repulsa por ele ter assumido, tempos atrás, sua fraqueza em relação ao álcool e à cocaína.
Como se fosse um ser humano de segunda categoria, indigno aos olhos de quem se sente superior por não possuir o mesmo vício.
E assim, Fábio Assunção se transforma em vítima perfeita para o tribunal da internet, onde primeiro se condena para depois, talvez, ouvir as testemunhas e tomar conhecimento das provas.
Repete-se agora o linchamento digital ocorrido em junho do ano passado, quando o ator acabou detido por desacato depois de se envolver numa briga no sertão pernambucano.
Não se trata de defendê-lo por suas inconsequências, mas atestar o prazer sádico que a maioria de nós tem em ver – e, muitas vezes, festejar – a desgraça do outro.
Especialmente quando esse outro representa ideias, corporações ou pessoas que desprezamos. Vira um alvo fácil. E dá-lhe pancada.