Segunda-feira, 06 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 30 de julho de 2024
Contratada pelo governo gaúcho, uma empresa da cidade de Ivoti (Vale do Sinos) iniciou a produção em série de 500 casas temporárias que serão entregues pelo governo gaúcho a famílias desalojadas pelas enchentes de maio. As unidades são construídas em módulos transportáveis a bordo de caminhões e já saem prontas da fábrica.
Cada uma tem dormitório, banheiro, sala e cozinha conjugadas, totalizando 27 metros-quadrados. Suas paredes, espessas, são elaboradas em estrutura metálica acrescida de elementos destinados a ampliar a resistência e conforto. “O mesmo sistema é empregado na construção modular de presídios, escolas, creches e hospitais, no Rio Grande do Sul e em outros Estados”, explicam os diretores da Visia Construção Modular.
Definidas como “de alto padrão de qualidade e que utiliza tecnologias avançadas”, as residências temporárias têm por objetivo proporcionar um recomeço digno aos atingidos pela maior tragédia já ocorrida no Rio Grande do Sul.
Linha de montagem
A partir de um protótipo, a empresa reproduz o modelo nas 500 unidades. Para agilizar a entrega, realiza uma linha de montagem padronizada e dividida em etapas, com metodologia semelhante à da indústria automobilística, na qual funcionários desempenham tarefas específicas em diferentes estações de trabalho.
O executivo-chefe da Visia, Alexandre Soares, fornece mais detalhes: “A estrutura é feita de aço galvanizado e as paredes externas em um concreto especial, com fibra-de-vidro importada. Por dentro uma manta especial proporciona alto conforto térmico e acústico. Já as esquadrias são de alumínio e o piso é vinílico. A estrutura é super-resistente e facilmente lavável, sem necessidade de pintura ou manutenção”.
Para instalar a casa no terreno, são necessárias apenas algumas sapatas (uma espécie de fundação) e as conexões das redes de água, esgoto e energia. As unidades serão entregues com mobiliário feito sob medida e eletrodomésticos, em uma lista que abrange chuveiro, cama de casal, beliche, sofá-cama, mesa com cadeiras, fogão, geladeira e luminárias.
Soares destaca o sentimento de trabalhar no projeto: “Foi um drama o que o Rio Grande Sul viveu. Alguns dos funcionários de nossa fábrica também tiveram perdas, então estamos bem envolvidos. É uma satisfação poder ajudar as pessoas a terem condição digna de moradia, algo tão importante”.
Investimento
O governo do Estado está investindo quase R$ 67 milhões no projeto. Também está previsto um aporte superior a R$ 56 milhões para a construção de casas definitivas.
A iniciativa faz parte do Plano Estadual de Habitação de Interesse Social, política permanente de atuação em casos de emergência, calamidade ou desastre. Também integra o “Plano Rio Grande”, programa estadual de reconstrução, adaptação e resiliência climática.
(Marcello Campos)
Voltar Todas de Rio Grande do Sul