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Rio Grande do Sul Fábrica no Vale do Sinos já produz casas temporárias para desalojados pelas enchentes

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Unidades serão entregues com mobiliário e eletrodomésticos. (Foto: Jürgen Mayrhofer/Secom-RS)

Contratada pelo governo gaúcho, uma empresa da cidade de Ivoti (Vale do Sinos) iniciou a produção em série de 500 casas temporárias que serão entregues pelo governo gaúcho a famílias desalojadas pelas enchentes de maio. As unidades são construídas em módulos transportáveis a bordo de caminhões e já saem prontas da fábrica.

Cada uma tem dormitório, banheiro, sala e cozinha conjugadas, totalizando 27 metros-quadrados. Suas paredes, espessas, são elaboradas em estrutura metálica acrescida de elementos destinados a ampliar a resistência e conforto. “O mesmo sistema é empregado na construção modular de presídios, escolas, creches e hospitais, no Rio Grande do Sul e em outros Estados”, explicam os diretores da Visia Construção Modular.

Definidas como “de alto padrão de qualidade e que utiliza tecnologias avançadas”, as residências temporárias têm por objetivo proporcionar um recomeço digno aos atingidos pela maior tragédia já ocorrida no Rio Grande do Sul.

Linha de montagem

A partir de um protótipo, a empresa reproduz o modelo nas 500 unidades. Para agilizar a entrega, realiza uma linha de montagem padronizada e dividida em etapas, com metodologia semelhante à da indústria automobilística, na qual funcionários desempenham tarefas específicas em diferentes estações de trabalho.

O executivo-chefe da Visia, Alexandre Soares, fornece mais detalhes: “A estrutura é feita de aço galvanizado e as paredes externas em um concreto especial, com fibra-de-vidro importada. Por dentro uma manta especial proporciona alto conforto térmico e acústico. Já as esquadrias são de alumínio e o piso é vinílico. A estrutura é super-resistente e facilmente lavável, sem necessidade de pintura ou manutenção”.

Para instalar a casa no terreno, são necessárias apenas algumas sapatas (uma espécie de fundação) e as conexões das redes de água, esgoto e energia. As unidades serão entregues com mobiliário feito sob medida e eletrodomésticos, em uma lista que abrange chuveiro, cama de casal, beliche, sofá-cama, mesa com cadeiras, fogão, geladeira e luminárias.

Soares destaca o sentimento de trabalhar no projeto: “Foi um drama o que o Rio Grande Sul viveu. Alguns dos funcionários de nossa fábrica também tiveram perdas, então estamos bem envolvidos. É uma satisfação poder ajudar as pessoas a terem condição digna de moradia, algo tão importante”.

Investimento

O governo do Estado está investindo quase R$ 67 milhões no projeto. Também está previsto um aporte superior a R$ 56 milhões para a construção de casas definitivas.

A iniciativa faz parte do Plano Estadual de Habitação de Interesse Social, política permanente de atuação em casos de emergência, calamidade ou desastre. Também integra o “Plano Rio Grande”, programa estadual de reconstrução, adaptação e resiliência climática.

(Marcello Campos)

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