Quarta-feira, 13 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 20 de setembro de 2024
Dois anos após abrir uma fábrica de jeans, Mário Gomes foi um dos alvos de uma investigação do Ministério Público por conta dos muitos benefícios que recebeu da prefeitura de Entre Rios do Oeste, no interior do Paraná Em 1999, a promotoria de Marechal Cândido Rondon moveu a ação contra a administração municipal, o ator e sua sócia, na época.
O MP acreditava que a prefeitura teria favorecido a empresa com incentivos sem precedentes para a instalação do negócio. Foi apurado, que a prefeitura teria investido R$ 489 mil para que Mário Gomes implementasse sua empresa na cidade, o que aconteceu em 1997.
Tanto Mário como a sócia, Márcia Mendes, são do Rio de Janeiro e decidiram fundar o negócio em outro estado atraídos pelas promessas da administração local. De acordo com a ação, a prefeitura ofereceu o terreno, levantou um galpão, fez a instalação da rede elétrica e da telefonia, e pagou pelo maquinário utilizados na costura industrial.
Tudo isso aconteceu através de uma concorrência pública, realizada a fim de escolher a empresa que receberia os benefícios. A escolhida foi a Mário Gomes Indústria e Comércio de Confecções. Até mesmo os funcionários da confecção receberam treinamento pago pela prefeitura, durante seis meses.
A justificativa para a investigação se deu, na ocasião, pelo ônus que a instalação da fábrica de Mário Gomes teria causado aos cofres públicos. Enquanto acontecia a ação, a empresa do ator já não ia bem. Já no segundo ano de atividade, havia deixado de pagar três meses de salário de cerca de 70 funcionários que trabalhavam na fábrica, o que foi considerado exploração de mão de obra. O MP pediu a quebra do sigilo bancário da empresa e de seus sócios e também o bloqueio de seus bens, além dos do ex-prefeito João Natálio Stein.
A Justiça negou a quebra do sigilo dos envolvidos, e Mário Gomes e sua sócia apresentaram garantias para gerir o negócio. Segundo costureiras que trabalhavam para o ator, ele raramente ia à cidade conferir o que estava sendo feito, deixando tudo a cargo de um gerente. A fábrica fechou em 2005, resultando numa dívida trabalhista de quase R$ 1 milhão.
Entenda o caso
Na última segunda-feira (16), Mário Gomes foi despejado de sua mansão, num condomínio de luxo na Joatinga, na Zona Oeste do Rio. O imóvel já não pertencia ao ator desde abril de 2011, quando foi leiloado judicialmente para cobrir o valor de uma dívida trabalhista, que se arrastou pelos tribunais do Paraná e do Rio de Janeiro durante anos.
A Mário Gomes Indústria E Comércio De Confecções LTDA funcionou entre 1997 e 2005 em Entre Rios do Oeste, no interior do PR. A empresa chegou a ter mais de 100 funcionários, muitos dos quais entraram na Justiça para receber salários atrasados e multas rescisórias que o então ator de TV e sua sócia, Marcia Patricia Mendes, deixaram de pagar a eles.
Ação trabalhista
O processo que originou o leilão se refere a uma ação trabalhista de 84 costureiras contra a empresa de Mário. Na época, a Justiça tentou encontrar o valor da indenização nas contas bancárias do ator e em outros bens, antes de decidir pela penhora e o leilão da mansão. O imóvel foi avaliado por um perito em R$ 1,5 milhão, mas foi arrematado por um valor abaixo, cerca de R$ 720 mil.
Hoje a mansão, já bastante deteriorada, pertence à Associação dos Servidores Públicos Auxiliares dos Governos da União, dos Estados e dos Municípios (ASPAG), que fez o arremate em 26 abril de 2011. No entanto, até agora, nunca tomou posse do imóvel, já que uma série de recursos foi tentada pelo ator e por sua mulher, Raquel Palma.