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Facebook amplia medidas de transparência para anúncios sobre temas sociais nas eleições

A nova plataforma, ainda sem nome, será vinculada ao Instagram. (Foto: Reprodução)

A empresa Meta, responsável pela gestão do Facebook, Instagram e WhatsApp, anunciou, nesta quinta-feira (19), a expansão das políticas de transparência em anúncios sobre temas sociais no Brasil, mais uma medida da plataforma para as eleições de 2022 no Brasil.

Perfis e páginas que quiserem veicular anúncios nas áreas de direitos civis e sociais, crime, armas, economia, educação, política ambiental, saúde, valores políticos e governança, imigração, segurança e política externa precisarão passar por um processo de autorização e as publicações terão um rótulo que indica quem está pagando por aquele anúncio. As medidas entrarão em vigor em junho.

Os rótulos já estão em atividade para anúncios de cunho político ou de eleições desde 2018 e passaram a ser obrigatórios em 2020. Segundo informações do Estadão, o recurso é usado por deputados federais e pré-candidatos à Presidência da República.

Qualquer usuário pode ter acesso às informações na biblioteca de anúncios, que armazena as publicações. É possível ter acesso a dados sobre a faixa etária, gênero e localidade do público alcançado nesses conteúdos.

“Mais transparência gera interações mais autênticas e anúncios mais autênticos”, disse a gerente de programas de resposta estratégica do Meta, Debs Delbart. “Entendemos que quando mais transparência na plataforma, mais as pessoas vão utilizar os nossos serviços de forma responsável, porque os dados estarão disponíveis para a consulta de todos.”

Quando a medida entrar em vigor, qualquer anúncio que passe sobre temas sociais, política e eleições no Facebook e Instagram e não tiver um dos rótulos poderá ser removido e ficará arquivado na biblioteca de anúncios durante sete anos.

Segundo Debs Delbart, a lista de categorias sociais não foi ainda divulgada para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e adiciona que os temas da lista podem passar por ajustes à medida que avançar o ano eleitoral.

A plataforma terá a ajuda de inteligência artificial e de uma equipe baseada no Brasil e um grupo internacional dedicados à regulação desse conteúdo. Usuários também podem fazer denúncias. A nível global, informa Delbart, a ferramenta já foi usada nas eleições das Filipinas, que ocorreram em maio deste ano, no México e Chile.

Conteúdo falso

Na semana passada, a empresa anunciou a implementação de um Centro de Operações para Eleições como uma das medidas que serão tomadas para evitar a disseminação de conteúdos falsos nas redes sociais em período eleitoral, em acordo com o Programa de Enfrentamento à Desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Segundo a Meta, o “centro de monitoramento” funcionará no Brasil e nos EUA com profissionais de tecnologia que analisarão os conteúdos publicados nas redes sociais usando ferramentas de inteligência artificial com o objetivo de evitar disparos em massa e proliferação de fake news durante as eleições que ocorrerão em outubro.

Conforme a big tech informou, os especialistas atuarão com monitoramento em tempo real de comportamento “inautêntico” de usuários e publicações que representem possíveis interferências nas eleições e diante de denuncias de possíveis violações às regras e políticas das plataformas para garantir a remoção rápida de conteúdos “nocivos”.

Ou seja, de acordo com a empresa, deverá ser monitorado e combatido, por exemplo, páginas e perfis que escondem a verdadeira identidade dos criadores que tentam, de maneira deliberada, manipular o debate público, assim como, também conteúdos que provoquem “supressão de votos”, como, imagens manipuladas com informações distorcidas e falsas, e comportamentos que levem à violência durante as eleições.

A central de monitoramento, que já foi testada em 2018 e 2020, será reforçada em 2022 para operar nos dois turnos do pleito. A Meta não informou quando exatamente começará a atuação da Central, nem a quantidade de colaboradores envolvidos na operação.

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