A posição do governo Lula (PT) é vexatória: “fake news” fizeram o dólar disparar. Até ministros, em tese menos despreparados, alegam que falas falsas do futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, “iludiram” analistas do mercado e fizeram a moeda aumentar. Nada a ver com os erros grotescos do governo, sua falta de compromisso com o equilíbrio fiscal e nem com o pacote frustrante de Haddad. Para conter o dólar, o governo torrou US$20,7 bilhões das reservas em apenas uma semana.
Hipérbole
Vanessa Becker, sócia da Alpes Investimentos, chama de “grande exagero” a suposta responsabilidade das fakes news na alta do dólar.
Nomes aos bois
Becker aponta fatores reais pelo dólar: descontrole nas contas públicas, cenário de desequilíbrio e dificuldade do governo com o pacote fiscal.
Nada de fake
“A alta do dólar está correlacionada com a incerteza do pacote de corte”, explica o economista Ian Lopes, assessor de investimentos da Valor.
E o meme?
“Falta direcionamento claro das políticas fiscais (…), gerando incerteza nos mercados, pressionando o dólar”, são outros fatores, diz Ian Lopes.
Caso Mastercard frustra ação de Mariana em Londres
O resultado de ação coletiva contra a Mastercard foi um balde de água fria para advogados ingleses que tenta faturar no desastre de Mariana (MG), insistindo que as vítimas dispensem a indenização no Brasil de R$132 bilhões, de olho em recompensa “bilionária” em Londres. A ação coletiva de 46 milhões de clientes reclamava de cobranças indevidas no Mastercard resultou em acordo de £200 milhões, fração mínima dos £14 bilhões aspirados, indicativo de como o tribunal inglês trata ações assim.
Demissões
A notícia é ruim para o escritório de advocacia inglês Pogust Goodhead (PG), que não passa exatamente por boa fase, até promove demissões.
Olho da rua
Desde o acordo entre BHP, Vale e Samarco e autoridades brasileiras, o PG já demitiu 20% de sua equipe e perdeu o fundador Harris Pogust.
Abandono
Para piorar, vários municípios, entre os quais Conceição da Barra, Córrego Novo, São Mateus e Sobrália, abandonaram a ação coletiva.
Tribunal da censura
“O STF quer, na prática, censurar as redes sociais”, diz o deputado Osmar Terra (MBD-RS). “Em nome de quem e de que verdade querem fazer isso? O STF não foi eleito e deve tratar de questões técnicas”.
Freedom, bye, bye
Nos EUA, onde ninguém ousa relativizar as liberdades, a cada decisão do STF deletando a “Constituição cidadã” de Ulysses Guimarães, cresce a certeza de que no Brasil está em curso um processo autoritário.
Não nos façam rir
Para Roberto Dumas, professor de Economia Internacional do Insper, é “absurdo” culpar fake news pela alta do dólar. “O que está acontecendo é que o risco fiscal está aumentando”, explica. O motivo é claro: “o governo não está querendo cortar os gastos públicos”.
Queimando dólares
Sob controle da turma de Lula, o BC torrou US$20,7 (R$127) bilhões em 5 dias para tentar conter a alta do dólar. Torrou US$8 bilhões ontem pela manhã para nada: fechou em R$6,15, apenas 11 centavos menos.
Até o PT
Dos partidos com ministérios, só três deram 100% dos votos pela aprovação do pacote de Fernando Haddad na Câmara: PCdoB, PSB e Rede. Até no PT houve quem (3 votos) votou contra o “Malddad”.
Hora extra
É grande a revolta no Congresso. Servidores se queixam da promessa de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) de sessões até no domingo. Servidores dizem que pagam o pato pela rotina folgada de suas excelências.
Mello viajou
Chamou atenção na diplomação do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), não só a presença do governador Tarcísio de Freitas (Rep), mas a ausência do vice de Nunes Mello Araújo (PL). E pegou mal.
O martírio continua
O País teme novas barbaridades em eventual pronunciamento Lula, hoje (20), caso se confirme sua confraternização com ministros, gerando ainda mais incertezas e fazendo alegria de quem já dolarizou o dinheiro.
Despertar para o pesadelo
Meme – do tipo que Lula e STF odeiam – conta que o sujeito foi acordado pela mulher: “Já são quase 8!” Ele, assustado: “O dólar ou a gasolina?”
PODER SEM PUDOR
Entidades do pau oco
Certa vez, o procurador Marcelo Pastana viveu experiência inusitada, ao mobilizar a Polícia Federal na apreensão de dinheiro para compra de votos em Macapá (AP), na véspera de eleição. O santuário da grana era um terreiro que funcionava em casa vistosa. Os pais-de-santo tentaram impedir a busca, alegando proibição das “entidades”, enquanto lá dentro queimavam as cédulas. Mas Pastana ainda apreendeu sacos de dinheiro no telhado. Todos em cana, uma “entidade” exigiu cachaça, mas o procurador negou, lembrando a “lei seca”, era véspera da eleição. Um homem “incorporando” mulher xingou Pastana, que, na dúvida sobre a quem autuar por desacato, preferiu ignorar a agressão. E cair na gargalhada, certamente.
(Com Rodrigo Vilela e Tiago Vasconcelos – @diariodopoder)