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Fake news é validada mesmo prejudicando o País

O Departamento Médico da Câmara dos Deputados anda lotado. (Foto: Paulo Sergio/Câmara dos Deputados)

A fake news sobre a “saída do Brasil” do megafundo de investimentos BlackRock é tão vergonhosa quanto a atitude de agências verificadoras de notícias falsas, que ignoraram o assunto. É a lógica que prevalece nos últimos anos, validando notícias falsas que prejudiquem o governo Bolsonaro, ainda que o maior prejudicado pela mentira seja o próprio País. Só são verificadas notícias que possam favorecer o governo.

Política é brincadeira
O BlackRock é o maior fundo de investimentos do mundo. Gerencia hoje investimentos de US$ 9,5 trilhões (R$ 52,5 trilhões) mundo afora.

Gente grande
Só para comparar: o PIB do Brasil, soma de toda a riqueza produzida no País, por exemplo, não passa de US$ 1,45 trilhão (R$ 8 trilhões).

Ativismo da mentira
O BlackRock desmentiu a mentira sem demora, mas, ao contrário da falsa notícia, amplamente difundida, o desmentido foi ignorado.

Importante é causar
BlackRock negou a mentira às 20h19 do último dia 10. Ainda assim, a primeira fake news sobre o assunto foi “noticiada” às 13h41 do dia 11.

Mundo tem 50% de imunizados e Brasil mira 70%
As dúvidas sobre os efeitos da vacinação contra covid não resistem aos números, seja no mundo, que ultrapassou a marca de 50% da população imunizada com duas doses, quanto no Brasil, cada vez mais próximo de chegar a 70%. O pico de casos no mundo foi há um ano, no início da vacinação, com média de 741,5 mil por dia e resultando em 14.838 mortes diárias. Hoje, com metade da humanidade imunizada, o mundo tem o triplo de casos, mas tem menos da metade das mortes.

Letalidade menor
Segundo o Worldometer, a média de casos no mundo subiu para 2,7 milhões com a ômicron. As mortes caíram 55% desde o pico a 6.684.

Brasil como exemplo
Com 68,3% de imunizados, o Brasil vê os casos saltarem para cerca de 100 mil por dia, mas as mortes caíram 96% do pico de 3.125 para 123.

No detalhe
O planeta imunizou 3,92 bilhões de pessoas com 9,3 bilhões de doses. O Brasil tem 145 milhões imunes com 340 milhões de doses aplicadas.

O atrasão vai viajar
Talvez porque não consiga sair às ruas, o “líder nas pesquisas” anuncia a intenção de “discutir na Europa” medidas anacrônicas que ameaça reimplantar no Brasil, caso vença. Lula adoraria que a eleição fosse lá.

Internet rápida
O ministro Fábio Faria (Comunicações) destacou os benefícios para um milhão de pessoas pelo programa Norte Conectado. Segundo Faria, só no trecho de Macapá (AP) a Santarém (AM) são “770 km de fibra ótica”

Sinais encorajadores
Ex-ministro da Fazenda de Dilma Rousseff e ex-presidente do BNDES de Jair Bolsonaro, Joaquim Levy afirmou que o IPCA de dezembro “deu sinais encorajadores de que o verão de 2022 será de menos inflação”.

Lá e cá
É no mínimo curiosa a diferença da análise e do impacto da inflação no Brasil, a maior desde a “crise Dilma” e nos EUA, maior alta em quase 40 anos. O ano eleitoral aqui faz parecer que as situações são inversas

Vírus à solta na Câmara
O Departamento Médico da Câmara dos Deputados anda lotado, assim como seu laboratório e a fila na emergência. Além de parlamentares e servidores, vários médicos contraíram covid.

Só um paga
Advogados alertam consumidores a ficarem atentos a cancelamento de viagem por causa da covid, pois têm de pagar “taxa de remarcação e diferença tarifária”. A vergonha está no fato de não haver compensação ao consumidor quando as empresas aéreas decidem cancelar os voos.

Dólar na carteira
A venda de dólares disparou no final do ano passado. Segundo o Itaú, houve alta de 25% nas vendas em espécie em relação a novembro e 97% em relação ao mesmo mês do ano passado, antes da vacinação.

Prioridade invertida
O Senado aprovou projeto para obrigar as escolas a incentivar prática do xadrez nas escolas para estimular o raciocínio lógico. A ideia é boa, mas o mais lógico seria garantir que o ensino básico seja eficiente.

Pensando bem…
… o Brasil está vacinado contra covid e também contra os charlatões e coronalovers de plantão

PODER SEM PUDOR

Cultura política
A ditadura temia o desempenho das oposições nas urnas, nas capitais, por isso só permitiu eleição para prefeito no interior. O deputado Lino Zardo (MDB-RS) fez um discurso virulento, protestando contra a medida: – Eles têm medo porque nas capitais o eleitorado é politizado. O governo deixa que se vote no interior porque falta cultura aos colonos. O deputado Ariosto Jarger (Arena-RS) pediu um aparte imediatamente: – Qual a sua região eleitoral, nobre deputado? – O interior – esclareceu Zardo, constrangido. – Vossa Excelência tem toda razão: falta cultura política aos colonos.

Com André Brito e Tiago Vasconcelos

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