Em audiência pública na Câmara dos Deputados nessa quinta-feira, o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava-Jato na primeira instância, defendeu o fim do foro privilegiado, que garante a autoridades o julgamento em tribunais superiores.
“Isso fere uma ideia básica da democracia, a de que todos devem ser tratados como iguais”, ressaltou. “Não acredito que exista razão para o foro privilegiado”, defendeu o magistrado.
A sua presença no Congresso Nacional foi motivada pela participação na comissão especial da Câmara destinada a debater as chamadas “Dez Medidas de Combate à Corrupção”. As propostas, com o apoio do Ministério Público, receberam mais de 2 milhões de assinaturas em todo o País.
Caso pessoal
Ao ser questionado pelo fato de também contar com o foro privilegiado, por conta do cargo que ocupa, Moro disse que não veria problemas em perder o direito a tal tratamento diferenciado. “Eu tranquilamente abriria mão desse benefício”, garantiu.
O homem-forte da mais conhecida e temida força-tarefa do País destacou, ainda, que a sobrecarga de trabalho nos tribunais superiores acaba prejudicando a tramitação dos processos envolvendo autoridades beneficiadas pelo foro privilegiado. (G1)