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Política Falas de Lula em entrevista à Record foram vazadas em grupo de WhatsApp com investidores; jornalista foi demitida

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Entrevista foi concedida a repórter sócia da casa de análise que antecipou trechos a corretora de investimentos. (Foto: Record TV/Divulgação)

O vazamento de trechos da entrevista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Record TV veiculada na noite de terça-feira (16), ocorreu através de um grupo de WhatsApp, conforme informações do jornal O Estado de S. Paulo. Falas do chefe do executivo gravadas em entrevista à jornalista Renata Varandas — também sócia da casa de análise Capital Advice —, foram adiantadas a investidores por meio da corretora BGC Liquidez no início da tarde, antes do restante do mercado financeiro, e impactaram o dólar, horas antes de a entrevista ser levada ao ar pela emissora. A jornalista foi demitida.

Questionada, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), afirmou que o órgão regulador “acompanha e analisa informações e movimentações no âmbito do mercado de valores mobiliários brasileiro, tomando as medidas cabíveis, sempre que necessário”. Já a casa de análise Capital Advice e sua sócia Renata Varandas não se pronunciaram.

A BGC Liquidez, cujos investidores receberam com antecedência conteúdo da entrevista, limitou-se a dizer que está apurando internamente os fatos. Em nota, a Record TV condenou o vazamento das informações da entrevista com o presidente da República.

Conforme o Estadão, logo após realizar a entrevista, Renata teria avisado membros da Capital Advice sobre alguns dos tópicos discutidos por Lula na entrevista que seria veiculada pela emissora às 19h55min de terça. Com isso, alguns trechos da conversa teriam sido repassados em um grupo de WhatsApp integrado por membros da corretora BGC Liquidez, que pouco tempo depois divulgou as informações ao mercado.

Entenda o caso

O vazamento ocorreu na tarde de terça, quando investidores ligados ao BGC Liquidez receberam, antes da divulgação oficial da Record TV, informações sobre a entrevista em que o presidente Lula falava de questões econômicas do País envolvendo a possível necessidade de cortes de gastos e o cumprimento das metas fiscais, uma promessa do atual governo com o arcabouço fiscal.

Pouco antes das 13h, o BGC Liquidez divulgou as falas de Lula que ainda não haviam sido veiculadas pela emissora. “Em entrevista à Record TV, que será veiculada hoje (terça, 16) ao longo do dia, o presidente Lula disse que é preciso convencê-lo de que será mesmo preciso cortar entre R$ 15 bi e 20 bi no relatório de 22 de junho. Disse ainda que, se precisar modificar a meta, ele não se opõe”, adiantava a corretora no documento enviado ao mercado.

“Vamos fazer o que for necessário para cumprir o arcabouço fiscal. Eu dizia na campanha que íamos criar um País com estabilidade política, jurídica, fiscal, econômica e social. Essa responsabilidade, esse compromisso, posso dizer para você como se tivesse dizendo para um filho meu, para a minha mulher, responsabilidade fiscal eu não aprendi na faculdade, eu trago do berço”, disse Lula na entrevista, veiculada integralmente no fim do dia pela emissora.

Questionada, a Record TV informou que só teve ciência da ligação entre a repórter Renata Varandas com a casa de análise Capital Advice, da qual a profissional é uma das sócias, após a divulgação de comunicado de imprensa pela agência.

Em comunicado, a emissora afirmou que condena qualquer vazamento de informações, principalmente com recorte parcial do que é apurado durante as entrevistas feitas por jornalistas da empresa.

Para Augusto Simões, especialista em Mercado de Capitais do escritório KLA Advogados, ainda é cedo para dizer se houve “o efetivo uso irregular de informação privilegiada (informações relevantes e não públicas conhecidas por indivíduos ou grupos antes de serem divulgadas ao público em geral)” no caso envolvendo a repórter Renata Varandas. Ele lembra que a CVM possui regulamentação específica sobre a instauração de processos administrativos sancionadores, relativos à sua atuação sancionadora. “Na apuração de infrações, a CVM prioriza aquelas de natureza grave, cuja penalidade proporciona maior efeito educativo e preventivo para os participantes do mercado”, diz.

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