Por Redação Rádio Grenal | 20 de maio de 2021
Ídolo do Inter, Paulo Roberto Falcão concedeu uma entrevista exclusiva à Rádio Grenal nesta quinta-feira (20). Nela, se classificou como treinador, e manifestou o desejo de voltar a trabalhar no meio do futebol
“Eu estou no mercado, eu gosto de futebol, acho que tenho muito a contribuir. Não gosto da mesmice no futebol, eu gosto de fazer as coisas diferentes”, frisou Falcão, cujo último trabalho foi 2016, quando comandou o Inter em apenas cinco partidas no ano do rebaixamento à Série B. “Alguns amigos meus, ligados ao futebol, tentam incutir na minha cabeça para ser um dirigente remunerado, tipo o Muricy, acima da comissão técnica, abaixo da diretoria. Vou começar a pensar nisso, mas gosto do trabalho de campo, do treino, da jogada ensaiada”.
Falcão também falou sobre o futebol atual. Frisou que as novas expressões, como “marcação alta” e “meia pressão” se referem às mesmas coisas que se faziam no passado. Destacou que a ciência de dados ajuda, mas que é “fria”, necessitando da experiência dos profissionais para interpretá-la. Questionado sobre o “jogo de posição”, filosofia implementada por Miguel Ángel Ramirez no Inter, disse não entender claramente o que significa, mas que gosta de um estilo de jogo em que os jogadores preservem mais seus posicionamentos.
Embora tenha evitado se aprofundar nas especificidades da equipe, o ídolo colorado opinou brevemente sobre o trabalho do técnico espanhol. “Evidente que ele chegando aqui, vai ter suas dificuldades. É um treinador europeu, que é bem diferente daqui. Se você contrata um profissional de fora, tem que saber que é necessário um tempo para entender o mecanismo das coisas”, comentou Falcão. “Ele deve ter sua competência, o Internacional deve ter estudado muito a contratação dele, porque foi claro que o clube esperou, deve ter a convicção que é o treinador ideal”, complementou.
Sobre essa paciência necessária com os treinadores, Falcão vê como benéfica a nova regra do Campeonato Brasileiro, que só permitirá uma mudança por equipe. “Isso ajuda muito o clube, que vai ter que ter convicção na hora de escolher”. Ele destacou, inclusive, que teve participação nisso. “Sendo na época um dos vice-presidentes da Federação Brasileira de Treinadores, eu peguei todo regulamento italiano, e conversando com o Zé Mário e o Mancini, vimos o que poderíamos adaptar o futebol brasileiro. Também estive na CBF anos atrás pedindo isso, mas naquele oportunidade não foi possível”, contou.