Segunda-feira, 25 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 20 de fevereiro de 2024
Uma mulher está sendo investigada pela Polícia Civil do Distrito Federal por aplicar golpes em pelo menos 10 pessoas, fingindo fazer parte da liderança do Partido Liberal Mulher (PL), em Águas Claras. Ivana Nazaré Freitas de Oliveira vendia falsas passagens aéreas, por valores entre R$ 5 e R$ 10 mil, para Lisboa, em Portugal, para uma suposta conferência partidária. Dentre as vítimas, estão pastores, servidores públicos e empresários.
Para dar força ao personagem, a estelionatária se infiltrou em encontros do PL e tirou fotos com políticos conhecidos da legenda, como a deputada federal Bia Kicis. Articulada e sempre circulando entre pessoas de alto poder aquisitivo e transparecendo ser extremamente religiosa, Ivana ganhou a confiança de empresários, advogados e líderes religiosos. As informações são do portal Metrópoles.
A golpista notou a oportunidade de ganhar dinheiro fácil após ganhar a confiança de filiados do partido, e depois de passar pelo menos dois anos se aproximando de algumas das vítimas. Ivana, que chegou a ser condenada por peculato após ser demitida de serviço público, convenceu pessoas do seu círculo social a comprarem passagens fictícias para o país europeu.
De acordo com o sistema de Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ivana não está filiada a nenhum partido político.
Passagens falsas
A criminosa chegou a emitir passagens falsas para algumas das vítimas, que realizavam o pagamento por transferência bancária, e deixou que fossem até ao aeroporto acreditando que conseguiriam embarcar. Em outra situações, os compradores perceberam que havia algo estranho e, após cobrarem a devolução do dinheiro, acabaram bloqueados no WhatsApp.
Desvio de recursos
Ivana já havia sido condenada, em agosto de 2019, por desvio de recursos da Superintendência Regional no Rio Grande do Norte (SRTE/RN) – atualmente ligada ao Ministério da Economia –, entre 2006 e 2008. O Ministério Público Federal (MPF) obteve a condenação de Ivana por peculato. Ela era integrante do grupo formado por servidores do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
A empresa do então namorado de Ivana mantinha contrato até o fim de 2006 e uma prorrogação, abrangendo o ano de 2007, já havia sido definida. No entanto, a Controladoria-Geral da União (CGU) verificou irregularidades e determinou o cancelamento do contrato.
Ela trabalhava como assessora da Secretaria Executiva do então MTE e foi apontada como uma das “mentoras” do esquema, atuando exatamente em sua origem: a descentralização de recursos do ministério para a SRTE/RN. Parte desse dinheiro que chegava à superintendência local alimentava o desvio de verbas para a empresa do namorado.