A Justiça dos Estados Unidos condenou na sexta-feira (31) a 18 anos e meio de prisão um cidadão colombiano que se passava por um príncipe da Arábia Saudita para aplicar golpes. Segundo a promotoria, ele roubou US$ 8 milhões de investidores e usufruía de joias, viagens internacionais, obras de arte, jatos privados e carros de luxo. As informações são do portal de notícias G1.
Farsante colombiano
O homem, identificado como Anthony Gignac, de 48 anos, morava em Miami. O farsante assumia a falsa identidade de “Sultan Bin Khalid Al-Saud” desde 2015. De acordo com o jornal “Miami Herald”, o colombiano enganou gente dos EUA e do Reino Unido.
“Gignac tem se apresentado como um príncipe saudita (Khalid Bin Al Saud) para manipular, vitimizar e roubar inúmeros investidores de todo o mundo. Vendeu às vítimas a esperança de carreiras e futuro para suas famílias. Como resultado, dezenas de investidores desprevenidos perderam seus investimentos”, afirmou nesta sexta-feira a promotora Ariana Fajardo Orshan.
Monstro
Após receber a sentença, o homem se mostrou conformado. “Toda a culpa nessa operação é minha, e eu aceito isso”, disse Gignac na corte.
“Eu não sou um monstro”, acrescentou.
Vida de príncipe
O colombiano comprou cartas credenciais diplomáticas falsas, uma insígnia falsa do serviço de segurança diplomático para seus guarda-costas, o adereço tradicional saudita, artigos de luxo compatíveis com o estilo de vida da realeza e cartões de negócios que se referem a ele mesmo como “príncipe”, “vossa alteza real” e “sultão”.
Reuniões com investidores
Além disso, o golpista o se fazia passar por príncipe em reuniões com investidores, pelo e-mail e pelo telefone, e inclusive viajou com seguranças particulares e exigiu obediência a um certo protocolo real (ou seja, obséquios) quando as pessoas se reuniam com ele para negócios
Em uma conta no Instagram, Gignac utilizava fotos divulgadas por membros da família real saudita, incluindo o rei Salman, com legendas como “meu papai”.
Outros processos
Gignac já havia sido considerado culpado por roubo de identidade com agravantes, fraude eletrônica e fingir ser um diplomata estrangeiro, entre outros crimes. Segundo o “Herald”, ele tem histórico de sofrer com problemas psíquicos causados por abusos na infância.
Desde 1988, Gignac foi detido ou condenado 11 vezes por diversos planos relacionados com o disfarce de príncipe.