Quinta-feira, 23 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 22 de março de 2024
A dificuldade de acesso a esse recurso natural abrange diversas regiões do País
Foto: Jefferson Rudy/Agência SenadoCerca de 33 milhões de brasileiros vivem sem acesso à água potável, segundo dados divulgados pelo Instituto Trata Brasil nesta sexta-feira (22), Dia Mundial da Água. O número chama a atenção pelo fato de o País abrigar dois dos maiores aquíferos do mundo: o Guarani, localizado no Centro-Sul, e o Alter do Chão, na Região Norte.
A dificuldade de acesso a esse recurso natural abrange diversas regiões do País, segundo a presidente do Trata Brasil, Luana Pretto. “Somos um País muito rico em água doce. Mesmo assim, até mesmo os povos ribeirinhos do Rio Amazonas vivem problemas para terem acesso à água potável”, disse ela.
O Trata Brasil é uma organização da sociedade civil de interesse público que desenvolve ações e estudos visando fomentar o saneamento básico no Brasil. A 16ª edição do Ranking do Saneamento abrange os 100 municípios mais populosos do País.
O documento foi elaborado a partir de indicadores do Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento e tem como ano-base 2022. “Em média, 33 milhões de pessoas não têm acesso à água do nosso País. Ou seja, apenas 84,9% da população é hoje abastecida com água potável”, destacou Luana.
Segundo o levantamento, dos municípios analisados, apenas 22 têm 100% de abastecimento de água. Os piores resultados foram observados em Porto Velho (RO), com apenas 41,74% da população tendo acesso à água potável; seguido de Ananindeua (PA), com 42,74%; Santarém (PA), com 48,8%; Rio Branco, com 53,5%; e Macapá, com 54,38%.
“Infelizmente, o saneamento, principalmente na Região Norte, está bastante deficitário, com apenas 64,2% da população tendo acesso à água. Isso acontece porque esse é um tema pouco priorizado pelo fato de, historicamente, se enxergar, ali, tantos volumes de recursos hídricos, o que leva as pessoas a acreditarem que se trata de um bem infinito e fácil de ser obtido”, explicou a presidente do Trata Brasil.
Ela disse que é comum, na região, as pessoas cavarem poços e consumirem a água do rio, sem entender que essa água pode estar contaminada, fora dos padrões exigidos pelo Ministério da Saúde.