Segunda-feira, 28 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 25 de março de 2024
A previsão é receber os produtos ainda em março.
Foto: ReproduçãoO Ministério da Saúde vem enfrentando um cenário de escassez de medicamentos para hanseníase. Como resultado, pacientes de todo o País com a doença não conseguem iniciar ou acabam interrompendo o tratamento.
Conforme o documento do ministério, os medicamentos usados no tratamento de primeira linha da hanseníase (poliquimioterapia e clofazimina) são doados pela OMS (Organização Mundial de Saúde) e ainda não foram recebidos.
O ministério informou em nota que a OMS afirmou que houve atraso por problemas de produção e pelos problemas logísticos no transporte marítimo na região do Oriente Médio. A previsão é receber os produtos ainda em março.
No entanto, o Ministério da Saúde reconhece no documento que, em relação à clofazimina, as quantidades recebidas no ano de 2023 já não eram adequadas para suprir a demanda da rede por causa do aumento do consumo.
Entidades apontam que a distribuição irregular dos medicamentos já é observada desde o início da pandemia da covid-19 e que a pasta não elaborou nenhum plano alternativo efetivo para lidar com o problema.
Em resposta à escassez, o ministério sugere no documento o uso de medicamento de segunda linha, conhecido como ROM (Rifampicina + Ofloxacino + Minociclina), em dose única mensal. Segundo a pasta, há respaldo científico para isso.
Segundo dados do painel de hanseníase do Ministério da Saúde, houve 19.129 novos casos da doença de janeiro a novembro de 2023, aumento de 4,8% ante igual período do ano anterior.
Em nota, o Ministério da Saúde diz que tem tomado medidas para evitar novos desabastecimentos. Entre elas, promoção de audiências públicas para verificar a possibilidade de produção nacional do medicamento de primeira linha.
A hanseníase é uma doença crônica, causada pela bactéria Mycobacterium leprae, que pode afetar qualquer pessoa. Caracteriza-se por alteração, diminuição ou perda da sensibilidade térmica, dolorosa, tátil e força muscular, principalmente em mãos, braços, pés, pernas e olhos e pode gerar incapacidades permanentes.
Diagnosticar cedo é o mais importante para evitar transmissão, complicações e deficiências. A bactéria é transmitida por meio de gotículas de saliva eliminadas na fala, tosse e espirro, em contatos próximos e frequentes com doentes que ainda não iniciaram tratamento e estão em fases adiantadas da doença.
Os principais sintomas são manchas com perda ou alteração de sensibilidade para calor, dor ou tato, formigamentos, agulhadas, câimbras ou dormência em membros inferiores ou superiores, diminuição da força muscular, dificuldade para pegar ou segurar objetos, ou manter calçados abertos nos pés.