Na próxima segunda-feira, vai se completar um ano da publicação pelo Diário Oficial do decreto de calamidade financeira na administração pública estadual. Secretários e dirigentes de órgãos ficaram autorizados a adotar “medidas excepcionais necessárias à racionalização de todos os serviços”. Não foram ainda constatados efeitos.
Duas semanas depois, chegou à Assembleia Legislativa o pacotão de projetos. Alguns ainda estão na fila de votações.
Por que o segredo?
O deputado estadual Marcel van Hattem cobrou ontem, da tribuna da Assembleia: há um mês, pede insistentemente que o governo envie as condições do contrato de rolagem da dívida com a União. Até agora, nada.
Não é o único. A população também não aceita negócio feito sem clareza total.
Pressão
Protocolado a 8 de agosto pelo deputado Frederico Antunes, foi aprovada ontem por unanimidade a formação de Comissão de Representação Externa, para tratar da situação jurídico-política da Lei Kandir. Quer dizer, o calote que o governo federal quer aplicar no Rio Grande do Sul enfrentará resistência.
Aproximação
O pré-candidato do PP ao governo do Estado, deputado federal Luiz Carlos Heinze, almoçou ontem com a bancada do PTB na Assembleia. Domingo, os trabalhistas não compareceram à convenção do PSDB como fizeram outros 12 partidos.
Contra prejuízos
A Frente Parlamentar em Defesa da Proibição da Venda de Produtos Contrabandeados levou ontem ao secretário estadual da Segurança, Cesar Schirmer, a proposta de criação de uma Câmara Temática, imediatamente aceita. Será mais uma forma de combater o comércio ilegal. A primeira reunião de trabalho ocorrerá na próxima semana.
Enxergaram longe
Os que diziam, há mais de 20 anos, que o governo do Estado se encaminhava para a insolvência, eram acusados de ver fantasmas ao meio dia.
Engessamento
Com os projetos aprovados na Assembleia, o candidato a ser eleito em outubro de 2018 governará o Estado, nos dois primeiros anos, com extrema limitação para novos gastos.
Surpresa
O protesto do Cpers, ontem, reforça as ações da Secretaria da Fazenda que cobra de sonegadores e inadimplentes. Os professores não podem parar.
Dança das cadeiras
Com anúncio da troca entre 15 e 17 ministros, o governo terá de contratar vários caminhões de mudanças.
Muito improvável
O presidente do PMDB e líder do governo no Senado, Romero Jucá, declarou ontem que a sigla pode lançar candidato à Presidência da República na eleição do próximo ano. Em princípio e como sempre, tudo pode acontecer. É o tradicional desvio de atenção. Diante da crise, surge uma hipótese pouco provável. A primeira pergunta é sobre quem concorreria. O horizonte está deserto.
Fim de uma era
A 15 de novembro de 1889, o marechal Deodoro da Fonseca, com o apoio dos republicanos, destituiu o Conselho de Ministros e seu presidente. No começo da tarde, Deodoro assinou o manifesto proclamando a República e instalando um governo provisório.
O imperador, que estava na cidade de Petrópolis, retornou ao Rio de Janeiro na tentativa de formar uma nova equipe. Porém, ao receber um comunicado dos golpistas, pedindo que deixasse o país, não opôs resistência. Três dias depois, Dom Pedro II e a família imperial viajaram para Europa.
Na pior
A Venezuela deixou de pagar dívida com o Brasil de 262 milhões de dólares. Nicolás Maduro, que levou seu país à miséria, tem esperança do perdão de credores amigos.
Trocas forçadas
O cenário da política brasileira, nos últimos 15 anos, confirma o que disse Winston Churchill: “Algumas pessoas mudam de partido em defesa de seus princípios. Outras mudam de princípios em defesa de seu partido”.