Domingo, 22 de dezembro de 2024
Por Leandro Mazzini | 16 de janeiro de 2023
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
O Governo Lula da Silva começa com um desafio de recuperar R$ 7 bilhões pagos indevidamente no Auxílio Emergencial durante a gestão anterior. A missão está com o ministério da Cidadania, que vai cuidar do novo Bolsa Família, de R$ 600, prometidos pelo presidente eleito. Esse dinheiro vai reforçar o caixa neste ano. Foi pago nos anos de 2020 e 2021 para pessoas que não poderiam ter recebido. Golpes surgiram, desde terceiros recebendo no lugar do beneficiário a pessoas que não cumpriam requisitos.Todos foram identificados ainda no Governo Bolsonaro e agora uma força-tarefa da pasta, com apoio de técnicos da CGU e TCU, estão cercando cada um. Os cidadãos recebem ligações ou mensagens pelo celular e são informados da conta do Tesouro para devolver a quantia recebida irregularmente. Tem dado certo, em parte. O Governo conseguiu recuperar, até fim de dezembro, R$ 886.004.062,34 dos R$ 7,87 bi pagos indevidamente. Ao todo, a União distribuiu aos beneficiários R$ 353,8 bilhões.
Seguros de CEOs
Grandes empresas continuam blindando seus diretores, mesmo com o fim da Operação Lava Jato. O seguro D&O (Directors & Officers), que cobre processos judiciais relacionados a atos de gestão de executivos, segue entre os que mais pagam indenizações no mercado no Brasil. De acordo com a Federação Nacional de Seguros Gerais, pagou R$ 668 milhões entre janeiro e novembro de 2022 – alta de 298% sobre igual período de 2021. A contratação de D&O arrecadou R$ 995 milhões em 11 meses.
Por ora, fica
A estreia da deputada de baixo clero Daniela Carneiro (UB-RJ), egressa da Baixada Fluminense, foi uma articulação direta do ministro palaciano Alexandre Padilha. A ficha eleitoral descoberta da sua aliança com milicianos não foi levada em conta a tempo do estrago na mídia. O presidente Lula da Silva instou Padilha a se virar para mantê-la ou negociar outro nome com o União Brasil.
Coldre no GT
As tratativas da mudança do decreto para compra de armas e munições deixaram em alerta o setor no Brasil – que cresceu significativamente na gestão de Jair Bolsonaro. A Associação Nacional da Indústria Armamentista, que exporta para mais de 100 países, com R$ 13 bilhões em faturamento/ano – e R$ 3 bilhões em impostos pagos – e 70 mil empregados gerados pede ao Ministério da Justiça um assento no Grupo de Trabalho para participar do debate. Até esta semana, não havia resposta do Governo.
Alemães voltando
Só foi Bolsonaro deixar a Presidência da República que o Governo da Alemanha, que paralisou investimentos e doações, retomou os contatos com ONGs e o nosso mercado. O presidente Frank Steinmeyer veio à posse de Lula da Silva. O Chanceler Olaf Scholz virá ao Brasil, em breve, numa agenda ambiental em capitais da Amazônia Legal.
Rebelião silenciosa
Os funcionários de carreira do Banco Central começaram a desconfiar das intenções do presidente da instituição, Campos Neto – ligado aos Bolsonaro. Ele emitiu sinais de que pode chamar um nome do mercado para a direção de política monetária, a ser avalizado ou não pelo presidente da República. Há uma pressão nos corredores do BC para ele seguir a ortodoxia da autonomia e promover um servidor de carreira para o cargo.
Colaboraram Carolina Freitas, Sara Moreira e Izânio Façanha (charge)
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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