Quinta-feira, 12 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 10 de dezembro de 2024
A família do heptacampeão da Fórmula 1 Michael Schumacher teme que imagens e arquivos médicos do piloto surjam na internet após um HD (disco rígido) com arquivos pessoais do ex-piloto ter sumido. É o que afirma o jornal inglês “Daily Mail” nessa terça-feira (10), dia que marca o julgamento do trio acusado de tentar extorquir os familiares do alemão.
Markus Fritsche, de 53 anos e ex-segurança de Michael Schumacher, esteve no tribunal do distrito de Wuppertal, na Alemanha, ao lado de Yilmaz Tozturkan, também de 53 anos, e o filho Daniel Lins, de 30 anos, acusados de participarem da trama. Na última semana, detalhes do caso foram revelados pelo “Daily Mail”.
Segundo a publicação, mais de 1500 arquivos pessoais do ex-piloto foram roubados e armazenados em quatro pen drives e dois discos rígidos pelo ex-segurança Markus Fritsche quando soube de sua demissão. Os materiais incluem fotos, vídeos e prontuários médicos do ex-piloto ao longo de seu tratamento após o acidente de esqui em 2013.
Os quatro pen drives e um dos HDs foram encontrados na casa do sobrinho de Tozturkan neste ano. No entanto, um outro HD estaria escondido na casa da mãe de Tozturkan, mas a publicação inglesa afirma que foi revelado durante o julgamento que este último não foi localizado.
A falta de notícias sobre o disco rígido faz com que os familiares de Michael Schumacher temam que as informações privados de Schumacher sejam divulgadas na dark web – uma espécie de internet invisível, com páginas que não podem ser encontradas por meio de mecanismos de busca, como o Google.
Fritsche, o ex-segurança de Schumacher, teria sido contratado pela família um ano e seis meses antes da grave queda sofrida pelo alemão e trabalhou na casa do ex-piloto até 2020, quando obteve posse do material que ainda incluiria 200 vídeos do heptacampeão.
Ele conversou com Yilmaz Tozturkan, um segurança de boate, que pediu ajuda do filho Daniel Lins, especialista em informática. O trio, então, fez contato com a família Schumacher, ameaçando divulgar o material dos dispositivos na dark web caso não recebesse cerca de 14 milhões de euros, equivalentes a cerca de R$ 89 milhões (na atual cotação).
Ainda de acordo com a publicação inglesa, Yilmaz Tozturkan revelou no julgamento dessa terça-feira que recebeu as fotos diretamente de Fritsche após encontro em um café, mas afirmou que tentou vendê-las por um valor entre “10 e 15 milhões de euros” sob influência do ex-segurança do heptacampeão.
Tozturkan também diz ter pensado que as fotos tinham sido enviadas a Fritsche por uma enfermeira, e ressaltou que elas mostravam Schumacher em um mau estado de saúde. Ele admitiu a participação na maior parte da trama, mas negou que tenha comprado as fotos e que tenha feito tudo sozinho.
Daniel Lins, filho de Tozturkan e especialista em tecnologia, também admitiu participação no caso, mas disse não saber que se tratava de uma extorsão. O envolvimento, segundo ele, diz respeito à criação a pedido de seu pai de um e-mail que não pudesse ser rastreado. Tozturkan teria dito que o conteúdo do e-mail seria legal e relacionado a um advogado, mas não teria entrado em maiores detalhes.
“Tudo o que me disseram era que o material tinha a ver com uma pessoa famosa, disse que ele tinha fotos daquela pessoa para vender e era isso. Ele me disse isso um mês antes de ser preso. Ele disse que estava tendo conversas com um advogado sobre vender essas fotos, mas não sei quem era, eu não perguntei”, disse Lins.
Fritsche, também presente no julgamento, não falou inicialmente. Harald Benninghoven, advogado do acusado, leu um comunicado afirmando que o ex-segurança recebeu um pedido “para digitalizar fotografias para Corinna (Schumacher, esposa de Michael) e salvou em um pendrive azul”. Ao retornar a seu apartamento em um dia, tudo teria sido guardado – na versão de Fritsche, pela família de Schumacher, que teria as fotos.
O trio foi preso em junho deste ano e levado para o tribunal de Wuppertal, cidade próxima à Dortmund.
Esta é a segunda vez que a família de Schumacher passa por algo semelhante: em 2014, um homem acusado de roubar os prontuários médicos do ex-piloto foi preso. Ele acabou morto em sua cela.
Três anos depois outro homem foi preso, condenado a um ano e nove meses por ameaçar matar os filhos do heptacampeão, Gina-Marina e Mick, caso Corinna Schumacher, esposa de Michael, não pagasse R$ 3 milhões.
Schumacher sofreu há quase 11 anos um grave acidente de esqui nos alpes franceses, em 2013. Desde então, ele se recupera das sequelas de lesões cerebrais consequentes de um traumatismo craniano, mantido sob completo sigilo por sua família.