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Economia Famílias de renda mais baixa têm sentido mais o peso da inflação que os lares de moradores de alto rendimento

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Apesar da queda, a inflação para o consumidor acumula alta de 2,89% nos últimos 12 meses na Capital gaúcha. (Foto: Divulgação)

Quanto mais pobre a família, mais afetada ela foi pelo aumento de preços nos cinco primeiros meses deste ano. É o que mostra o indicador de Inflação por Faixa de Renda do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) divulgado na sexta-feira (14). O índice divide as famílias em seis faixas de receita: muito baixa, baixa, média-baixa, média, média-alta, alta. Para as três primeiras, a inflação deste ano é maior que o IPCA oficial, calculado em 2,27%.

No caso dos grupos de renda muito baixa, o índice está em 2,57% em 2024. Entre abril e maio, o índice avançou de 0,41% para 0,48%. Segundo o Ipea, os grandes vilões são encontrados nos supermercados: alimentos consumidos em domicílio e artigos de higiene pessoal. A alta nos custos de água, esgoto e energia elétrica também tem destaque nesta conta.

O relatório do órgão atribuiu parte dos problemas inflacionários deste ano aos efeitos dos eventos climáticos extremos. Apesar dos resultados ruins, as famílias mais pobres são o grupo menos afetado pela inflação acumulada nos últimos 12 meses. Quando visto por esse ângulo, o indicador geral está em 3,93% e afeta mais quem tem renda alta, média ou média-alta.

Neste último caso, o Ipea indica que os principais responsáveis estão nos grupos de alimentos e bebidas, transportes e saúde e cuidados pessoais. Carnes, aves e ovos, leites e derivados e óleos e gorduras tiveram uma redução de preço que variou entre -8% e -1,2%. Os cerais, tubérculos, frutas e hortaliças tiveram aumentos que foram de 12,1% a 38,4%.

Nos transportes, as passagens aéreas lideram o ranking de reajuste de preços, com ganho de 19,9% em 12 meses. Elas são seguidas pelo transporte por aplicativo (11,7%), metrô (10,4%) e ônibus intermunicipal (10,2%).

Aceleração

O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda apontou uma aceleração da inflação para todas as faixas de renda em maio na comparação com o mês anterior. O segmento que teve uma alta mais significativa foi o de renda alta, que após registrar uma taxa de 0,20% em abril, registrou taxa de inflação de 0,46% em maio. Já para as famílias com renda muito baixa, o resultado passou de 0,41% para 0,48% entre abril e maio.

Enquanto as famílias de renda alta foram impactadas pelos reajustes das passagens aéreas e dos transportes por aplicativo, a inflação das famílias de renda muito baixa foi impactada pelo aumento nos preços dos alimentos no domicílio, dos artigos de higiene pessoal e, ainda, pela alta nas tarifas de água, esgoto e energia elétrica.

Na comparação com maio de 2023, embora se verifique avanço da inflação para todas as classes de renda, este foi ainda mais intenso para o segmento de renda alta, tendo em vista que a alta de 0,46%, observada em maio de 2024, contrasta fortemente com a deflação de 0,08% registrada no mesmo período do ano anterior.

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