Segunda-feira, 20 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 1 de setembro de 2023
Um importante cientista de foguetes russo morreu de “envenenamento por cogumelo” semanas após o fracassado pouso de nave da Rússia na Lua. Vitaly Melnikov, que tinha 77 anos, chefiou o Departamento de Foguetes e Sistemas Espaciais da RSC Energia, o principal fabricante de espaçonaves de Moscou.
A fonte de seu envenenamento foram cogumelos não comestíveis, de acordo com uma “versão preliminar”, relatou o “Moskovsky Komsomolets”. Os médicos não conseguiram salvá-lo depois de lutar contra o “envenenamento grave” por mais de duas semanas. O governo russo não se manifestou sobre as circunstâncias da morte.
A Rússia testemunhou uma série de mortes misteriosas ou suspeitas nos últimos dois anos, desde que Vladimir Putin começou a preparar a guerra na Ucrânia, iniciada em fevereiro do ano passado. Inimigos do Kremlin afirmam que Putin preside um Estado “mafioso”, onde o assassinato (e a ameaça de assassinato) é uma ferramenta usada para derrotar opositores e manter fora de circulação os seus inquietos aliados, segundo especialistas.
O chefe do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, tornou-se o último a juntar-se a uma impressionante contagem de 40 mortes de alto perfil sob suspeita. O líder miliciano, que se tornou inimigo de Putin após liderar uma tentativa de golpe, morreu na queda de um avião na semana passada, em circunstâncias não esclarecidas totalmente. O caso vem alimentando teorias da conspiração nas redes sociais.
Melnikov trabalhou como pesquisador-chefe na TsNIIMASH, uma divisão da Roscosmos, a agência espacial russa. Ele foi autor de 291 artigos científicos e foi considerado um dos cientistas espaciais mais respeitados.
A morte de Melnikov ocorre poucas semanas depois de o astrônomo Mikhail Marov, 90 anos, ter sofrido uma “grave deterioração” da sua saúde após a falha do projeto lunar. O cientista havia falado sobre sua “última esperança” de ver a espaçonave pousando antes de ser misteriosamente levado às pressas para o hospital. Marov descreveu a missão como “a última chance de ver o renascimento do nosso programa lunar”.
A primeira missão lunar de Moscou em 50 anos terminou em desastre depois que a sonda Luna-25 caiu na superfície do satélite natural da Terra após girar fora de controle. A espaçonave não tripulada foi despedaçada depois de cair na superfície lunar. Veja abaixo outras mortes suspeitas de terem a participação do governo da Rússia.
– Pavel Antov: O caso acima se junta a uma série de mortes misteriosas de oligarcas russos, desde o começo de 2022. Em dezembro do ano passado, Pavel Antov morreu após cair da sacada do quarto onde estava hospedado na Índia. Ele tinha uma fortuna estimada em R$ 782 milhões e era crítico ao governo do presidente Vladimir Putin pela invasão da Ucrânia.
– Yuri Voronov: Yuri Voronov, de 61 anos, era ligado à Gazprom, empresa estatal da área de energia, e foi encontrado morto em sua casa, nos arredores de São Petersburgo, em julho. O corpo de Voronov estava boiando na piscina, com um tiro na cabeça. Uma pistola foi encontrada no local, assim como cápsulas de munição deflagradas, segundo a imprensa russa. A residência de alto padrão fica localizada no distrito de Vyborgsky.
Ele foi o fundador e diretor geral da empresa de transporte e logística Astra-Shipping, que tinha contratos milionários com a Gazprom. O caso é investigado pela polícia russa. De acordo com informações preliminares divulgadas pela imprensa local, a arma foi disparada à queima-roupa e Voronov morreu até 14 horas antes de seu corpo ser descoberto.
– Andrei Krukovsky: Uma das últimas mortes suspeitas foi a de Andrei Krukovsky, um russo de 37 anos que trabalhava como diretor-geral do resort de ski de Krasnaya Polyana, gerido pela Gazprom. Ele teria caído de um penhasco na fortaleza de Aczipsinskoy, na cidade de Sochi, e não resistiu aos ferimentos. As informações são do jornal Extra.