Segunda-feira, 18 de novembro de 2024
Por Cláudio Humberto | 23 de abril de 2022
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Com cerca de 45 dias trabalhados (e outros 45 a trabalhar) antes do recesso, quando começa a campanha eleitoral para valer, deputados e senadores já receberam R$ 54,2 milhões por meio de ressarcimentos da cota de atividade parlamentar, o famoso “cotão”, que paga quase qualquer despesa. A maior parte desse valor foi para divulgação das imagens das excelências, que, na prática, vale como pré-campanha.
Dinheiro de sobra
De acordo com a Câmara e o Senado, foram gastos R$ 47,5 milhões e R$ 6,7 milhões, respectivamente. Média de R$ 91,3 mil por parlamentar.
Na nossa conta
Ao incluir os salários de R$ 33,7 mil mensais, o custo do Congresso em menos de quatro meses foi de R$ 74,2 milhões, sem contar os aspones.
Vale tudo
Viagem para SP e visita à basílica de Aparecida foi taxada de atividade parlamentar e reembolsada ao senador baiano Angelo Coronel (PSD).
Tudo mesmo
Um dos recibos apresentados, pelo senador Humberto Costa (PT-PE), diz respeito a uma viagem de Uber no valor de R$ 7,66. Foi devolvido.
Eventos ‘sob medida’ motivam viagens de autoridades
No feriadão da Justiça, que começou dia 13 passado com retorno só na segunda-feira (25), proliferaram habituais eventos para discutir o Brasil nos Estados Unidos e na Europa, a fim de justificar a presença de autoridades com quase tudo pago pelo povo brasileiro. Começou no fim de semana anterior ao feriadão, em Cambridge, no “Brazil Conference”, depois foi o “Brazil Legal Symposium”, na Universidade de Harvard.
Ninguém é de ferro
Também foi realizado no período o II “Congresso Internacional Luso Brasileiro” de Direito de Empresas, no Porto, Portugal.
Viúva é rica
Às margens do Tejo (Lisboa), foi realizado o Fórum de Integração Brasil-Europa, destino favorito de quem passeia por conta da viúva.
Todos os outros
Viagens de políticos a “eventos” internacionais não são exclusivos do Judiciário. A farra passa pelo Executivo, Legislativo e até pela Petrobras.
Memória internética
José Medeiros (Pode-MT) citou a jogada eleitoral petista em 2018. O deputado resgatou notícia em que o ex-governador de Minas Fernando Pimentel afirma: se Haddad fosse eleito presidente, daria indulto a Lula.
País dos ambientalistas
O Brasil está longe de ser grande poluidor. É o 14º maior do mundo, responsável por só 1,3% do total de gases de efeito estufa produzidos anualmente. China produz 31,3%, EUA, 13,4% e União Europeia, 8,7%.
Que fase…
A rasteira que Eduardo Leite tenta dar em João Dória, vencedor das prévias do PSDB, fica pior quando ele “comemora” estar à frente do ex-governador paulista. Mas ruim mesmo é não passar de 4% na pesquisa.
Moro não gostou
Pré-candidato ao Senado em São Paulo, o jornalista José Luiz Datena citou ‘Lula, Geddel, Palocci e Cunha’ para dizer que “Moro ajudou a absolver essa turma. Foi quem mais trabalhou” com o seu julgamento.
Quem cala…?
Desde a divulgação, esta semana, da possibilidade de o ex-corrupto Lula (PT) desistir de sua candidatura a presidente, nenhum dirigente petista chegou a negar a informação. Só negou um senador escanteado no PT.
Valeu a pena
O trabalho da ex-ministra Tereza Cristina (Agricultura) e do chanceler Carlos França foi exaltado por Fábio Faria (Comunicações) ao destacar a chegada de 678 mil toneladas de fertilizantes vindos da Rússia.
Andamento
Segundo o juiz federal Marllon Sousa, relator do recurso do PGR Augusto Aras contra o articulista da Folha Carlos Hubner, que acusa de injuria, calúnia e difamação, há “indícios de crime” do professor da USP.
Sinais indiretos
O aumento do consumo de energia em alguns setores indica possível recuperação da indústria. Química e celulose usaram 8% e 16% mais de energia. Para a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), isso decorre da maior demanda por commodities brasileiras.
Pensando bem…
…maio é o último mês completo de trabalho na Praça dos Três Poderes.
PODER SEM PUDOR
Surpresa é um tatu
Em campanha ao governo do Ceará, Parsifal Barroso estava sempre às voltas com orgias gastronômicas. Certa vez, no interior, as senhoras anfitriãs avisaram: “Temos uma surpresa pro senhor”. Era um tatu, no capricho. No dia seguinte, ele ganhou uma tremenda dor de barriga. Mesmo debilitado, continuou em campanha. Outra cidade, outro almoço, e Parsifal suando frio.
Seu amigo Peixoto de Alencar resolveu brincar com ele, pedindo a um grupo de mulheres para dizer que tinham “uma surpresa” para ele. Ao ouvir as mulheres, Parsifal nem quis saber da surpresa: em desespero, pediu licença e abandonou o lugar.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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