A Federação da Agricultura do Estado (Farsul) foi fundada em 24 de maio de 1927. Mas as sementes para sua criação já haviam sido plantadas muito antes disso. A Sociedade Agrícola Pastoril do Rio Grande do Sul foi a primeira agremiação ruralista criada em solo gaúcho, fundada em 12 de outubro de 1898. Já em 20 de setembro de 1909, surgiu a Federação das Associações do Rio Grande do Sul. Paralelamente, foi fundada a União dos Criadores em 2 de outubro de 1912. A existência de duas associações com fins semelhantes levou a classe rural a fazer uma fusão das entidades em 1921, e fundar a Federação Rural do Rio Grande do Sul, extinta em 1923.
Em 30 de agosto de 1926, foi criada, em Porto Alegre, a Associação de Criadores. No mesmo ano a associação decidiu realizar uma edição do Congresso Rural. Na sessão inaugural do 2º Congresso Rural, acontece a criação da Farsul sob o nome inicial de Federação das Associações Rurais do Rio Grande do Sul (FAR). O nome Farsul passa a ser usado a partir de 1965, quando a entidade recebe a concessão, pelo Ministério do Trabalho e Previdência Social, da Carta Sindical.
“A Farsul é a Federação mais antiga do Brasil dentro do sistema que mais representa o agricultor e a agricultura brasileira como um todo. Porque, na realidade, nós somos um sistema que começamos no sindicato rural, aqui no estado do Rio Grande do Sul nós somos em 137; depois, temos 27 Federações pelo Brasil afora, cada estado tem sua Federação; que culmina com a nossa CNA, que é a nossa Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil, com sede em Brasília”, explica o presidente da Farsul, Gedeão Silveira Pereira.
Ao longo de sua história, a Farsul sempre teve como norte a defesa dos interesses da agricultura gaúcha. Nos últimos anos, tem focado sua atuação em erradicar do rebanho gaúcho a febre aftosa, reconhecimento obtido em maio de 2021 com a certificação internacional como zona livre de aftosa sem vacinação. A conquista histórica para o estado aconteceu após mais de 20 anos de espera.
Também é destaque a atuação da Federação durante a pandemia da Covid-19. Em meio aos temores de desabastecimento que levaram as pessoas a correrem ao mercado no início da pandemia, as prateleiras se mantiveram abastecidas e o setor agrícola bateu recordes. As exportações do agro totalizaram US$ 13,9 bilhões em maio deste ano, crescimento de 33,7% em relação ao mesmo período de 2020, segundo análise da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil. Os números positivos se repetem no acumulado dos cinco primeiros meses do ano. De janeiro a maio, os embarques de produtos brasileiros do agronegócio para o exterior geraram receita de US$ 50,2 bilhões, alta de US$ 21,9% frente ao acumulado dos primeiros cinco meses do ano passado.
Gedeão destaca que a insegurança pairava sobre a indústria agrícola, que precisou ampliar seus cuidados e testar seus funcionários. “Como resultado de todos esses cuidados, e a agricultura não para e não parou, nós não só conseguimos abastecer a pleno nossas gôndolas e nossos supermercados, não houve jamais falta de produtos. Esse foi um trabalho dos agricultores como um todo e, evidentemente, que nossas entidades estão sempre envolvidas nesse processo e com estes cuidados, e não poderia ser diferente”, finaliza Gedeão