Sábado, 19 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 18 de fevereiro de 2019
A Farsul apresentou na tarde desta segunda-feira (18) um levantamento da perda dos grãos no RS, principalmente na Metade Sul, em função do acúmulo de chuvas. O presidente da Farsul, Gedeão Pereira, ao lado de sua diretoria e equipe econômica, conduziu o encontro. “As chuvas na Metade Sul e as perdas na agricultura gaúcha são preocupantes. O produtor está com muita dificuldade de sobreviver, inclusive como produtor rural”, apontou Gedeão Pereira.
Daniele Guimarães, da equipe econômica, conduziu a pesquisa junto aos sindicatos rurais, utilizando, segundo ela, uma metodologia conservadora, aplicada após a redução das águas para mensuração dos prejuízos. O arroz foi a cultura mais prejudicada. Em 2018, a produção chegou a 8 milhões e 400 mil toneladas, contra 7 milhões e 200 mil em 2019. A perda foi de 1 milhão e 100 mil toneladas em relação ao ano passado. Cerca de 60% das perdas foram decorrentes do clima e 40% da redução de área plantada, o que já vinha acontecendo na safra anterior. “Isto pode significar que no ano que vem tenhamos uma redução maior ainda e isto é muito preocupante”, reiterou o presidente da Farsul.
As regiões com maiores perdas foram Fronteira Oeste, Campanha, Região Central e Litoral, ficando Uruguaiana com o percentual mais elevado, seguido de Don Pedrito. No total, 53 municípios apresentaram redução de 60% na cultura do arroz. Em termos de produtividade, a perda foi de 13 sacas por hectare.
O milho foi outra cultura analisada, chegando a um total negativo de 30,5 mil toneladas, em relação as expectativas da safra, atingindo 45 municípios, representando uma perda na ordem de 10%, e produtividade negativa de 0,6% por hectare.
A soja foi a cultura que obteve as maiores perdas no segmento grãos. Em 2018, a produção foi de 17 milhões e 500 mil toneladas. As perdas chegaram a 1 milhão e 45 mil toneladas, principalmente na Fronteira Oeste, Alto do Jacuí e Região Central frente as expectivas. Somente Don Pedrito perdeu 2 mil toneladas.
O economista-chefe da Farsul, Antonio da Luz, considera que além das chuvas, a falta de luminosidade interferiu nos índices negativos, prejudicando 271 municípios que representam 65% da produção desta cultura. Em termos de produtividade, a média negativa por quilo/hectare foi de 5,6%. No segmento grãos como um todo, a perda foi de 1 milhão e 700 mil toneladas, envolvendo 278 municípios, sendo que em números absolutos, a região de Uruguaiana foi a mais afetada.
Antonio da Luz apresentou dados econômicos, acrescentando que as perdas para o produtor representam 2 bilhões de reais e o impacto para o PIB da região é de 1 bilhão e 300 milhões de reais. A perda total em termos de PIB do Rio Grande do Sul é de 6 bilhões e 600 milhões de reais. Também participaram do encontro, pela Farsul, Francisco Shardong, vice-presidente, e José Alcindo, diretor -financeiro. (Clarisse Ledur)