Na porta da Arena Pacaembu, na sexta-feira, 19, o sentimento era de frustração pelo cancelamento do show de Roberto Carlos. Por volta das 18h, o público que ainda não sabia do cancelamento da apresentação, determinada no meio da tarde, começou a chegar para o show marcado paras as 21h.
O show marcado para a noite da sexta, dia em que o cantor completou 83 anos, foi cancelado pela Prefeitura de São Paulo, ao alegar “uma série de irregularidades que colocam a segurança do público em risco”, segundo a nota emitida pelo gabinete.
Uma senhora, que preferiu não se identificar, ficou sabendo já no local que o show não iria ocorrer. “Ridículo”, disse ela, que estava acompanhada pela mãe. Na porta do estádio, uma mulher com a camiseta do Mercado Livre Arena anotou o nome das duas e sugeriu que elas ficassem de olho nas redes sociais da casa para saber sobre a nova data.
Desrespeito
O comerciante Leonildo Fabiano, 73 anos, também só soube do cancelamento ao chegar no local. Ele foi de Campinas, no interior de São Paulo, acompanhado pela mulher, Cecília de Mello. “Acho uma falta de respeito muito grande. Com tantas formas de comunicação que existem hoje, a empresa não avisar nada… É desagradável”, disse Fabiano.
A cirurgiã dentista Luciana Oliveira, de Indaiatuba, além de frustrada, estava assustada com a notícia de que a casa não oferecia segurança. Seria a primeira vez dela em em show do Roberto. Pagou R$ 1.650 para ficar na frente. “A maioria do público do Roberto é de idosos. Se acontecesse um incidente lá dentro, como essas pessoas iriam correr, sair?”, questionou. Luciana diz que considera pedir a devolução do dinheiro. “Depois disso, fiquei com medo de voltar aqui”, afirmou.
O casal Lucas e Mina Aliberti chegou ao Pacaembu por volta das 18h50 e também só soube do cancelamento ao ser abordado pela reportagem do Estadão. Eles levaram os pais de Lucas, Renata e Jorge, que moram em Piracicaba e só souberam que assistiriam ao show de Roberto quando desceram do carro.
Surpresa
“Era uma surpresa. Dissemos para eles que iríamos a um encontro da igreja”, conta. Mina afirmou que pagou R$ 60 para estacionar o carro em um dos estacionamentos conveniados do Mercado Livre Hall e que o atendente ainda lhe disse “bom show!”, sem avisar que o evento estava cancelado.
Apesar de tudo, o quarteto encarou o fato com bom humor. “É pegadinha!”, disseram, quase ao mesmo tempo. Eles pagaram R$ 1.650 em cada ingresso.
No horário marcado para a abertura dos portões, às 19h, o que se via na passarela montada no meio do gramado para o público poder acessar o local do show era o vai e vem de trabalhadores que deixavam o Pacaembu ainda em obras.
Reembolso
Em um novo comunicado, A Allegra Pacaembu e a produtora Four Even Eventos e Produções informaram que aqueles que adquiriram os ingressos de forma on-line devem em contato pelo canal de atendimento (WhatsApp 0800-232-0800) para o reembolso.
Para quem adquiriu ingressos físicos, informarão nos próximos dias qual será a forma de devolução dos valores.
O Procon-SP já foi acionado e afirma que o reembolso está garantido pelo Código de Defesa do Consumidor, e sugere que os consumidores entrem em contato no site da instituição caso não obtenham respostas sobre a política de reembolso ou na falta de outras explicações.