O corpo da cantora Rita Lee foi velado nesta quarta-feira (10), no planetário do Parque Ibirapuera, na Zona Sul de São Paulo. A cerimônia foi aberta às 10h para milhares de fãs, amigos e familiares. Mas desde às 5h já era possível ver uma movimentação de pessoas que aguardavam a liberação da entrada ao local. Mais de 5 mil pessoas compareceram ao velório de Rita.
Uma das primeiras a chegar, a estudante Gabriela Kohatsu falou sobre a representatividade de Rita Lee, especialmente para as mulheres. “Acho que ela significa muitas coisas para a arte, para o Brasil e, principalmente para nós mulheres. Eu acho que ela move”.
O público compareceu ao velório usando camisetas com o rosto de Rita e os óculos, acessório que virou símbolo de Rita Lee. Fãs que aguardavam na fila do velório, no planetário do Ibirapuera, na Zona Sul de São Paulo, também prestaram homenagem cantando os sucessos da artista.
Por volta das 19h, com o planetário iluminado, se assemelhando a um disco voador, o velório foi encerrado e o corpo levado para a cremação. O carro saiu do Ibirapuera ao som dos fãs gritando “Rita, eu te amo”.
Família
João Lee, um dos filhos da cantora, falou sobre o legado da mãe, quem ele define como uma heroína.
“Era uma loucura a dignidade dela, a sensibilidade dela de lidar com as pessoas, de entender as pessoas, a forma que ela tinha de se comunicar com o público, com o mundo. [Era] uma pessoa muito única. Eu não sei se eu conheci uma pessoa tão igual na minha vida, mas eu tive o privilegio de passar 43 anos com ela, aprendendo demais, recebendo os valores dela.”
Muito emocionado, Beto Lee, filho mais velho, recebeu o carinho de artistas e amigos e comentou sobre a relação da mãe com a cidade de São Paulo.
“Eu vejo esse lance da relação dela com a cidade com uma certa dívida que ela tinha porque São Paulo foi uma certa plataforma, toda a base para ela começar essa carreira com os Mutantes. São Paulo tem essa coisa especial, sempre esteve no coração da minha mãe. Hoje será uma celebração incrível”, afirmou.
Além dos filhos, uma das irmãs de Rita, Virgínia Lee Jones, esteve presente desde o início do velório. Conforme o desejo de Rita, seu corpo será cremado em cerimônia reservada aos familiares e amigos.
Planetário
Durante parte da cerimônia, o teto do planetário exibiu uma projeção estática com imagens do céu do dia 31 de dezembro de 1947, data em que a artista nasceu.
O cantor Ronnie Von, que deu nome aos Mutantes, esteve lá. “Todos nós ficamos órfãos de alguma maneira da Ritinha. Isso é uma prova de amor. Ela sempre me disse: ‘A grande e maior verdade é o amor’. A resposta está aí”, disse o cantor.
Marina Lima não lembrou só da importância para a música. “ É uma mulher extraordinária. O que não falta é coisa para a gente poder se inspirar e aprender”, pontuou Marina.
Pedro Bial procurou traduzir a força de Rita. “Ela dominou. Dominou a tudo. Nunca levantou a voz para demolir alguma coisa. Demolia daquele jeitinho dela, e as colunas da hipocrisia racharam. E hoje elas estão ruínas, e Rita é luz”, disse Bial.
Para Xuxa, faltaram palavras. “Foi bom que ela ouviu de muita gente que amava ela. E eu fui uma das pessoas”, disse Xuxa.