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“Fazer pelos outros o que não fizeram por mim”, diz Grazi Massafera

Atriz recebeu muitos elogios por sua atuação como a personagem Débora no primeiro capítulo da trama de Gloria Perez. (Foto: Reprodução da TV)

Grazi Massafera fez apenas uma participação no primeiro capítulo de “Travessia”, novela das 21h da TV Globo, mas o impacto foi grande. A atriz recebeu muitos elogios por sua performance como Débora, a mulher que trai o empresário Guerra (Humberto Martins) com melhor amigo dele, Moretti (Rodrigo Lombardi), causando o fim da sociedade e uma grande rivalidade entre os dois. Ela também é mãe de Chiara (Jade Picon).

Assim como Jade, Grazi estreou nas novelas após participar do “Big Brother Brasil”. A atriz, que chegou a ser vítima de preconceito nos bastidores de seu primeiro folhetim, “Páginas da Vida”, conta que não via a hora de poder “fazer por alguém o que não fizeram por mim”.

“Eu não via a hora de chegar esse momento de fazer com os outros o que não fizeram comigo. Mas também não posso generalizar. Quero deixar claro que eu fui muito bem recebida por atrizes que eu admiro muito, Walderez de Barros, Nathália Timberg, Sônia Braga, nos bastidores da minha primeira novela. Imagina ter o acolhimento desses três pesos, mulheres que fizeram história. Mas também poder ter esse acolhimento com a Jade agora, sabe, foi e está sendo especial. Ela é muito forte”, afirma Grazi.

A artista revela como aprendeu a se blindar das críticas. “Me dedicando a estudo, à minha formação, me dedicando a minha evolução psicológica… Acho que essa é a melhor maneira de se blindar. Terapia. Se estudar, se conhecer melhor… me dedicar a me estruturar de todas as formas, isso ajuda muito”. E a estratégia de Grazi deu certo, já que ela chegou a ser indicada ao Emmy Internacional de Melhor Atriz por sua atuação em “Verdades Secretas”.

Paixão por atuar

Grazi conta que já pensou em desistir da profissão, mas sempre se “reapaixona” pelo ofício. “(Já pensei em desistir) Várias vezes. Eu posso pensar nisso amanhã de novo. Daqui a pouco, eu posso estar pensando. Pensar em parar, toda hora a gente pensa. Eu já pensei muitas vezes em parar, mas depois eu me reapaixono pela profissão. Eu acho que nunca é tarde para se reinventar em relação a nada. Nunca é tarde”, analisa a atriz.

“Eu me apaixonei sim por atuar, mas também posso trabalhar atrás das câmeras”, inicia. “A pessoa câncer com leão falando que vai trabalhar atrás das câmeras”, completa Grazi, aos risos, dando a entender que deve continuar mesmo à frente das telas.

Sem contrato

Grazi Massafera atualmente é contratada da Globo apenas por obra. Ela encerrou seu vínculo permanente com a emissora em novembro do ano passado, após 16 anos. A atriz deixa claro que sua participação em “Travessia” não é um retorno ao elenco fixo da emissora.

“O que eu posso dizer é que eu vou fazer um filme e estou bem empolgada”, afirma a artista, que evitou falar sobre novos trabalhos. “Eu não tenho contrato com ninguém. Não, gente. Eu não gosto de falar de coisa que não está fechada. Faz parte de ter um pouco de credibilidade”.

Ao ser questionada se mudaria algo em sua trajetória profissional, Grazi é categórica. “Não”, garante. “É muito louco porque eu acho que eu reflito tanto antes de dar um passo, que quando eu penso atrás eu não me arrependo de nada, não. Isso é maneiro. Até dos erros, tá? São super favoráveis”, afirma.

Conexão com a filha

Com a pandemia da covid-19, Grazi Massafera aproveitou para se dedicar à criação da filha, Sophia, de 10 anos, fruto do extinto casamento com Cauã Reymond. “A minha filha passa comigo todos os momentos que eu considero importantes para a criação do ser humano. Estou criando uma pessoa, né? Eu fui criada no interior, totalmente diferente, mas tem valores que vão ser iguais lá e aqui. A criação é outra, mas os valores vão ser os mesmos. Eu estou me esforçando bastante, até agora está indo bem. A gente está entrando daqui a pouco numa adolescência, num terreno meio minado…”, brinca.

A atriz conta que já poderia ter voltado a trabalhar de forma mais intensa, mas escolheu ficar mais tempo ao lado de Sophia. “Esses dois anos de pandemia, além desse um ano que eu fiquei escolhendo estar com a minha filha, foram me preparando para esse processo (da entrada dela na adolescência). Eu venho emendando trabalhos. Ela era muito pequenininha e, de repente, vem esse momento em que você para. É obrigada a parar. Eu tive o privilégio de poder parar sem me preocupar com a minha situação financeira. Isso é pra poucos. Então, eu tenho muita gratidão e orgulho de mim mesma por ter conquistado isso tão cedo. Eu fiz uma escolha de estar com ela, estou escolhendo estar dentro de casa, levando pro colégio, buscando, participando das atividades, ter esse tempo de comunicação, conversa, diálogo. Tivemos esses dois anos e esse terceiro que eu escolhi estar dentro de casa com ela pra criar ainda mais essa conexão importante para os novos momentos que virão”, afirma.

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